Dados do Trabalho
Título
DESAFIOS NO MANEJO ANESTÉSICO EM CIRURGIAS ROBÓTICAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Descrição
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A crescente adoção das cirurgias robóticas (CR) se deve principalmente à sua precisão e aos benefícios associados, como a redução do trauma cirúrgico e uma recuperação mais rápida dos pacientes. Contudo, o manejo anestésico durante esses procedimentos enfrenta desafios únicos devido às particularidades da técnica robótica e às necessidades específicas dos pacientes envolvidos. Assim, torna-se imperativo sintetizar as evidências disponíveis sobre a anestesia em CR para melhorar a compreensão e a prática na medicina moderna. MÉTODO: Foi realizada uma revisão sistemática por meio da seleção de estudos na base de dados MEDLINE-PubMed (National Library of Medicine, National Institutes of Health) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) publicados entre os anos de 2014 a 2024. Os descritores utilizados foram “robotic surgery” AND “anestesia” AND “perioperative care”. Encontrou-se 180 estudos dos quais 8 foram selecionados por uma análise crítica através do método PRISMA. RESULTADOS: Os principais desafios anestésicos em CR envolvem a adaptação a alterações hemodinâmicas complexas, especialmente as causadas pela posição de Trendelenburg profunda, necessária para uma visualização ideal. Essa posição pode elevar a pressão intraocular e provocar complicações respiratórias, o que demanda monitoramento contínuo e ajustes precisos na anestesia. Para otimizar a segurança e os resultados, é essencial ajustar a profundidade anestésica durante o pneumoperitônio e usar agentes com menor impacto cardiovascular. Técnicas avançadas de ventilação também são importantes para reduzir complicações intraoperatórias. Em comparação com técnicas convencionais, o manejo anestésico em CR apresenta desafios específicos. Apesar de oferecer menor trauma cirúrgico e uma recuperação mais rápida, as técnicas robóticas requerem adaptações para lidar com o pneumoperitônio e o posicionamento do paciente. Instabilidade hemodinâmica e dificuldades respiratórias são mais frequentes e necessitam de abordagens personalizadas. Os desfechos clínicos também variam conforme as técnicas anestésicas. Um monitoramento eficaz e o manejo adequado das vias aéreas durante o pneumoperitônio são fundamentais para melhorar a estabilidade hemodinâmica e reduzir complicações respiratórias. Além disso, estratégias avançadas de controle da dor pós-operatória são essenciais para garantir conforto e uma recuperação rápida dos pacientes. Portanto, evidencia-se a necessidade de diretrizes específicas e a colaboração entre anestesiologistas e cirurgiões para aprimorar os resultados do procedimento. CONCLUSÕES: Apesar dos benefícios das CR, o manejo anestésico enfrenta desafios como alterações hemodinâmicas e complicações respiratórias. Ajustes precisos na anestesia e técnicas avançadas de ventilação são fundamentais para garantir segurança e eficácia. A colaboração entre anestesiologistas e cirurgiões é essencial para melhorar os resultados clínicos e otimizar o cuidado perioperatório.
Referência 1
Suryawanshi C, Shah B, Khanna S, Ghodki P, Bhati K, Ashok K. Anaesthetic management of robot-assisted laparoscopic surgery. Indian Journal of Anaesthesia. 2023;67(1):117.
Referência 2
Hawkins J, Ahmad I. Anaesthesia for transoral robotic surgery. BJA Education. 2022 Mar;22(3):118–23.
Palavras Chave
Anestesia; Cuidados Perioperatórios; Cirurgia Robótica;
Área
Medicina Perioperatória
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) - São Paulo - Brasil
Autores
SAMIRA SAYAR , MARIANA CHIAVELLI OLIVEIRA , PEDRO HENRIQUE FABRIS , PEDRO IGOR ESCARPINI PERUZINI , FRANCINE LEILA PIRES DE CAMPOS RIBAS, JOÃO PEDRO JAHEL SARMENTO