Dados do Trabalho
Título
DEFICIÊNCIA DE G6PD E SEU MANEJO EM ANESTESIOLOGIA: RELATO DE CASO
Descrição
INTRODUÇÃO: A deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é uma doença hereditária ligada ao X e uma das deficiências mais comum no mundo. Tal enzima tem uma atuação relevante na função antioxidante do corpo e a partir desta deficiência, o estresse oxidativo pode desencadear reações hemolíticas agudas. Esse estresse oxidativo pode ser precipitado por diversos fatores incluindo anestésicos como sevoflurano, isoflurano e diazepam. Por conseguinte, o manejo anestésico adequado é fundamental para evitar ataques hemolíticos. RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 15 anos, com peso aproximado de 66 Kg, portador de deficiência da enzima G6PD, foi admitido para realizar osteossíntese de rádio distal devido história de trauma em membro superior esquerdo, sob técnica de anestesia geral. O paciente não apresentava outras comorbidades e os exames laboratoriais prévios estavam sem alterações. Realizou-se pré-oxigenação com oxigênio a 100% por máscara facial, administrou-se 200 mcg de fentanil, 200 mg de propofol, 40 mg de rocurônio e 60 mcg de clonidina. Realizado laringoscopia direta e intubação orotraqueal com tubo n° 7 e confirmado posicionamento com capnografia e ausculta com posterior acoplamento ao sistema de ventilação mecânica sob VCV. O plano anestésico foi mantido com propofol em TCI e monitorização com BIS. Foi administrado hidratação venosa de 600ml de cristalóides e o procedimento teve duração de aproximadamente 1h e 30 minutos. O paciente foi extubado e encaminhado a sala de recuperação pós-anestésica, evoluindo clinicamente estável. DISCUSSÃO: Um paciente com deficiência de G6PD submetido a uma cirurgia pode estar sujeito a risco de hemólise devido a gatilhos como anestésicos, estresse cirúrgico, hipotermia e outras condições metabólicas. Desse modo, o paciente deste caso, foi submetido a anestesia venosa total com propofol, visto apresentar efeito antioxidante e a fim de evitar o uso de sevoflurano ou diazepam, considerados possíveis agentes precipitantes de hemólise. Além disso, o controle do estresse cirúrgico foi realizado com fentanil para o manejo da dor e controle de temperatura com manta térmica. Este paciente não apresentou sinais de hemólise como icterícia, alterações de pressão arterial ou alterações de cardioscopia e a anestesia realizada mostrou-se segura e eficaz no manejo de um paciente com deficiência de G6PD.
Referência 1
GOI, Takahiro et al. General anesthesia in a glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency child: A case report. Anesthesia Progress, v. 66, n. 2, p. 94-96, 2019.
Referência 2
CICVARIĆ, Ana et al. Management of anesthesia and perioperative procedures in a child with glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. Journal of clinical medicine, v. 11, n. 21, p. 6476, 2022.
Palavras Chave
Deficiência de G6PD
Área
Sistema Hematológico, Coagulação, Transfusão, Reposição Volêmica e PBM
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA - São Paulo - Brasil
Autores
DAVID SANCHES FIGUEIREDO VIANA, EMILIO CARLOS DEL MASSA, DÁRIO YAMASHIRO, GUSTAVO CORDEIRO BEZERRA, GEORGIA BARROSO MARQUES