Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR SEPTICEMIA NO BRASIL: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA (2017-2023)
Descrição
Justificativa e objetivo: A septicemia representa uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo e caracteriza-se por uma resposta inflamatória desregulada a uma infecção que leva a um quadro de disfunção orgânica. Entre 2017 e 2023, observou-se um aumento na incidência e na mortalidade associadas à sepse no Brasil, portanto o entendimento do perfil epidemiológico dos óbitos por septicemia é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Analisar os óbitos por septicemia no Brasil no período de 2017 a 2023 oferecendo uma visão abrangente e atualizada do perfil epidemiológico da patologia estudada. Método: Foi realizado um estudo epidemiológico transversal, descritivo e quantitativo, desenvolvido a partir de dados secundários obtidos do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS/PR), a respeito dos óbitos por septicemia no Brasil. As variáveis utilizadas foram "sexo", "raça", "faixa etária 1", "UF de notificação", levando em consideração dados do período de 2017 a 2023. Resultados: No Brasil, de 2017 a 2023, ocorreram 376.617 óbitos por septicemia. Dentre esses óbitos, a região sudeste lidera com 54,98%, nordeste com 19,02%, sul com 16,77%, norte com 4,97% e centro-oeste com 4,24%. Em relação ao recorte de cor/raça, houve maior prevalência de óbitos em pessoas pardas na região norte (64,57%), nordeste (63,56%) e centro-oeste (47,61%). Já na região sudeste a maior prevalência de óbitos ocorreu em pessoas brancas (41,51%), assim como no sul (47,61%). No que se refere aos resultados dos óbitos por septicemia por sexo segundo região, nota-se um maior acometimento no sexo masculino em todas as regiões. Em relação aos óbitos por septicemia por faixa etária nota-se que dos 0 aos 14 anos, 63,65% dos óbitos acometem crianças abaixo de 1 ano de idade. Os óbitos em menores de 1 ano correspondem a 5,17% na região norte; 3,42% nordeste; 2,38% centro-oeste; 1,19% sudeste e 1,03% sul. Na faixa etária dos 30 aos 39 anos o total de óbitos supera o total em menores de 1 ano, com diferença de 3.922 óbitos. Quanto aos óbitos por septicemia por ano de atendimento houve maior prevalência no ano de 2022 no norte (19,36%), nordeste (18,80%) e sul (19,90%). Sudeste e centro-oeste a maior prevalência de óbitos por septicemia foi no ano de 2023 – 18,73% e 21,59%, respectivamente. Conclusão: O estudo destacou variações regionais significativas em termos de prevalência, raça, sexo e faixa etária. A análise mostrou que a região Sudeste teve o maior número de óbitos, seguido por Nordeste. Além disso, foi identificado um predomínio de óbitos em pessoas pardas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentaram maior prevalência de óbitos entre pessoas brancas. A predominância de óbitos em homens foi uma constante em todas as regiões, enquanto na faixa etária, a maior taxa de mortalidade foi observada em crianças abaixo de 1 ano.
Referência 1
Almeida, NRC, Pontes G F, Jacob FL et al. Análise de tendência de mortalidade por sepse no Brasil e por regiões de 2010 a 2019. 2022. Revista De Saúde Pública, 56, 25.
Referência 2
Srzić I, Nesek AV, Tunjić PD. SEPSIS DEFINITION: WHAT'S NEW
IN THE TREATMENT GUIDELINES. Acta Clin Croat. 2022 Jun;61(Suppl 1):67-72.
Palavras Chave
Septicemia
Área
Medicina Perioperatória
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Autores
GABRIELA STOCCO RODRIGUES, PAULO HENRIQUE OLIVEIRA BARROSO, LUIZA MARIA MONTEIRO CANALE, LETICIA HANNA MOURA SILVA, GABRIELA MARIA VICENTE MELO, ANA LUISA SZKUDLAREK