Dados do Trabalho


Título

ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA (TIVA) VERSUS ANESTESIA VOLÁTIL EM CIRURGIA CARDÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE DESFECHOS PERIOPERATÓRIOS

Descrição

Introdução: A comparação entre anestesia intravenosa total (TIVA) e anestésicos voláteis em cirurgias cardíacas segue sendo objeto de estudo, principalmente com o foco na mortalidade pós-operatória e nos desfechos clínicos, incluindo complicações e tempo de internação.
Objetivo: Analisar as atualizações sobre a taxa de mortalidade e os resultados clínicos relacionados à anestesia intravenosa total (TIVA) em comparação à anestesia volátil em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
Método: Revisão sistemática conduzida de acordo com as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Cochrane e BVS com os descritores ((anesthesia total intravenous (TIVA)) AND (anesthesia volatile)) AND (cardiac surgery) no período entre 2014 e 2024, 21 dos 95 artigos foram incluídos, enquanto artigos não relacionados ao tema foram excluídos.
Resultados: Os estudos apresentaram resultados variados quanto a mortalidade e outros desfechos clínicos. Segundo a meta-análise de Jiao XF et. al, não houveram diferenças significativas na mortalidade operatória entre as abordagens. No entanto, pacientes que receberam anestésicos voláteis tiveram tempo de permanência mais curto na UTI e no hospital, bem como menor tempo de ventilação mecânica. Em contrapartida, Hert et al., ao realizar um ensaio clínico randomizado em 414 pacientes, constatou que a mortalidade em um ano foi menor com o uso de sevoflurano em comparação à TIVA. De acordo com Zangrillo et al., a incidência de infarto do miocárdio com complicações hemodinâmicas foi menor ao utilizar anestésicos voláteis. Ademais, outro estudo com 10.440 pacientes indicou que a TIVA foi associada a uma redução de 16% na mortalidade, no entanto, foram consideradas todas as causas de morte em 3 anos. Por fim, foi observado que agentes voláteis podem oferecer melhor proteção cerebral em comparação à TIVA durante a cirurgia cardíaca. Além disso, alguns estudos destacaram a combinação de anestésicos voláteis com pré-condicionamento isquêmico remoto como uma abordagem promissora na redução da mortalidade.
Conclusões: Embora a maioria dos estudos não tenha encontrado diferenças significativas na mortalidade global entre anestésicos voláteis e TIVA, houveram evidências sugestivas de que os anestésicos voláteis podem reduzir o tempo de internação e melhorar certos desfechos cardíacos, mediante a redução de enzimas cardíacas pós-operatórias. Por outro lado, a TIVA mostrou potencial em diminuir a mortalidade em segmentos de longo prazo na maioria dos estudos apresentados. Assim, a escolha entre anestésicos voláteis e TIVA ainda deve ser guiada pelas características individuais do paciente, preferências institucionais e contexto cirúrgico. A evidência global não é conclusiva o suficiente para recomendar um regime anestésico superior em todas as circunstâncias e estudos adicionais são necessários para esclarecer a influência de variáveis específicas.

Referência 1

Jiao XF, Lin XM, Ni XF, et al. Volatile anesthetics versus total intravenous anesthesia in patients undergoing coronary artery bypass grafting: An updated meta-analysis and trial sequential analysis of randomized controlled trials. PLoS One. 2019. 14(10).

Referência 2

Oh, Tak Kyu, and In-Ae Song. Total Intravenous Anesthesia was Associated With Better Survival Outcomes After Coronary Artery Bypass Grafting: A Retrospective Cohort Study With 3-Year Follow-Up in South Korea. Journal of cardiothoracic and vascular anesthesia. 2020. vol. 34, 12: 3250-3256.

Palavras Chave

Anestesia Intravenosa; Anestesia por Inalação; Cirurgia Torácica

Área

Anestesia Cardiovascular e Torácica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Universidade de Rio Verde - Goiás - Brasil

Autores

GABRIELLE dos SANTOS ALMEIDA, NICOLY CARNEIRO CASTRO , PAULO FELIPE de OLIVEIRA CRUZ, LUCAS DE MORAIS FRANCO, EDUARDA MÍGLIO FREIRE, DIEGO PACHECO TAVARES VEIGA