Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO DE TRAUMATISMOS COM LESÃO DE ÓRGÃO INTRATORÁCICO E INTRA-ABDOMINAL NO SUDESTE BRASILEIRO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE UMA DÉCADA

Descrição

Justificativa e objetivos: Os traumatismos geralmente apresentam uma alta taxa de morbimortalidade no país e sua gravidade associa-se tanto á extensão da lesão quanto à rapidez de realização do tratamento adequado. A região Sudeste do país concentra os casos de internação por traumas decorrentes dos acidentes de trânsito e da violência, especialmente nas regiões abdominais e torácicas, o que impacta negativamente a saúde pública. Porém, escassos estudos descrevem a evolução dessas lesões após a internação nessa região. Com isso, o presente estudo visa analisar o perfil epidemiológico do tratamento de traumatismos com lesão de órgão intratorácico e intra-abdominal no Sudeste brasileiro durante o período de 2014 a 2023. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo descritivo, baseado nos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre o tratamento de traumatismos com lesão de órgão intratorácico e intra-abdominal. Os dados foram coletados no mês de junho de 2024 e são referentes ao Sudeste brasileiro durante o período de 2014 a 2023. Considerou-se para o estudo as variáveis: internações, regime de atendimento e taxa de mortalidade. Resultados: O Sudeste se destaca como o estado que concentra o maior quantitativo de atendimentos por traumas de órgãos abdominais e torácicos do país, representado por 29.346 internações (42%). O ano de destaque em número de internações foi 2023 (3.573 casos), e o de menor 2014 (2.536 casos). Nesse período o número de casos apresentou aumento crescente de cerca de 40%. Essa tendência de aumento dos casos no período estudado também foi observada no Brasil. Apesar de concentrar as internações por tratamento de traumas intra-abdominais e intratorácicos, a mortalidade do Sudeste é a segunda maior do país, perdendo apenas para o Nordeste. A maior taxa de mortalidade total ocorreu no período de 2021 (4,63%) e a menor 2020 (3,56%). No que diz respeito ao regime de atendimento, foi prevalente no tratamento de traumas de órgãos abdominais e torácicos o público, contando com 6.920 casas. Já o regime privado contou com 3.840 internações por traumas múltiplos nessa região. O aumento da violência no trânsito e física nos grandes centros urbanos, espacialmente em São Paulo, impacta diretamente no aumento de interações e da morbimortalidade por politrauma na região Sudeste. Conclusões: Observa-se uma tendência de crescimento das internações para tratamento por traumas de órgãos abdominais e torácicos na região Sudeste do país, com pico de 2023. O grande crescimento demográfico, associado a acentuada desigualdade social e violência tem contribuído para esse cenário. O estudo possui limitações pela subnotificação de informações sobre essas lesões. Apesar disso, os resultados deste trabalho ressaltam a necessidade de ações integradas para a maior capacitação dos profissionais de saúde e dos serviços hospitalares para o atendimento do trauma intra-abdominal e intratorácico.

Referência 1

Alves LLA, Neto VBC. Perfil clínico-epidemiológico de vítimas de trauma abdominal contuso: uma revisão de literatura. Revista Científica do Tocantins, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 1–10, 2022

Referência 2

Oliveira MT, Nogueira WBAG, Cavalcanti LF et al. Atendimento inicial ao paciente politraumatizado. Brazilian Journal of Health Review, v. 6, n. 6, p. 32832-32844, 2023.

Palavras Chave

Traumatismo Múltiplo; Mortalidade; Tratamento de Emergência

Área

Tratamento de Trauma/Queimaduras

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

ARTHUR VILAÇA DINIZ REZENDE, VINICIUS KAISER QUEIROZ, LETÍCIA CAVALCANTE DA COSTA ARAGÃO, DANILO PEREIRA FERMINO, ACRIZZA GIULIA RHUANE SANTOS AZEVEDO, JÉSSICA PRADO CARNEVALLI