Dados do Trabalho
Título
ESTUDO ECOLÓGICO DE COLELITÍASE E COLECISTITE NO SUL DO BRASIL DE 2018 A 2023
Descrição
Justificativa e Objetivos: A colecistite e a colelitíase são doenças comuns da vesícula biliar, causando inflamação e formação de cálculos, principalmente após os 50 anos. Apesar de muitos casos serem assintomáticos, podem surgir complicações graves como colecistite aguda. O diagnóstico precoce e a colecistectomia videolaparoscópica são essenciais para evitar complicações. Nesse sentido, estudos mostram grandes impactos dessas doenças no sistema de saúde brasileiro, mas poucos investigam os aspectos sociodemográficos da alta incidência na região Sul. O objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico de pacientes internados com colelitíase e colecistite por diferentes variáveis no Sul do Brasil. Método: O estudo caracteriza-se como ecológico descritivo, com uma abordagem quantitativa. As informações foram obtidas por meio da coleta de dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2018 a 2023. A população alvo deste estudo é composta por pacientes internados com diagnóstico de colelitíase e colecistite na região Sul do Brasil¹, avaliando a distribuição do número de atendimentos e correlacionando com sexo, faixa etária, raça e ano. Resultados: Durante o período analisado, foram registradas 1.670.242 internações por colelitíase e colecistite no Brasil. A região Sul foi responsável por 299.501 dessas internações, apresentando a maior incidência no país, com 998,3 internações por 100.000 habitantes. A taxa de internações na população brasileira aumentou de 130,42 por 100.000 habitantes em 2018 para 135,32 por 100.000 habitantes em 2019, seguida por uma queda em 2020 (88,1/100.000) e 2021 (96,93/100.000), antes de subir novamente em 2022 (155,09/100.000) e 2023 (170,09/100.000). A faixa etária mais afetada foi entre 50 e 54 anos, com 31.510 casos, sendo significativamente mais frequente no sexo feminino (219.836 casos) em comparação com o masculino (79.665 casos). A cor/raça branca registrou 20.131 casos. De acordo com a literatura, a incidência de internações por colelitíase e colecistite aumenta com a idade, um fator de risco importante. Esses achados corroboram os resultados do nosso estudo, destacando a necessidade de atenção especial aos sinais e sintomas nesta população. Conclusão: Este estudo revelou uma alta incidência de internações por colelitíase e colecistite na região Sul do Brasil, especialmente entre mulheres e indivíduos brancos, o que se sustenta com a vigente literatura. A análise sugere que a pandemia de Covid-19 pode ter influenciado os números, com quedas notáveis apenas em 2020 e 2021, períodos de maior impacto da pandemia². Esses achados destacam a necessidade de novos estudos e de estratégias para diagnóstico precoce e tratamento eficaz dessas condições, essenciais para mitigar seu impacto no sistema de saúde.
Referência 1
1. Junior ES, Gonzatti MH, Franco GS et al. Abordagem diagnóstica e tratamento da colecistite aguda: uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(9), 2021.
Referência 2
2. Santana JM, Barreiros PGL, Garcia HCR et al. Colecistopatias e o tratamento das suas complicações: uma revisão sistemática de literatura/Colecistopathies and the treatment of their complications: a systematic review of literature. Brazilian Journal of Health Review, 4(1), 3597-3606, 2021.
Palavras Chave
Colecistectomia; Epidemiologia; Colecistite Aguda
Área
Sistemas Gastrointestinais e Hepáticos
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
ARTHUR VILAÇA DINIZ REZENDE, VINICIUS KAISER QUEIROZ, LETICIA CAVALCANTE DA COSTA ARAGÃO, DANILO PEREIRA FERMINO, ACRIZZA GIULIA RHUANE SANTOS AZEVEDO, JÉSSICA PRADO CARNEVALLI