Dados do Trabalho

Título

BLOQUEIO DO PLANO ERETOR DA ESPINHA EM CIRURGIAS CARDÍACAS INFANTIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Descrição

Justificativa e Objetivos: Este estudo busca verificar na literatura a eficácia do bloqueio do plano eretor da espinha (ESPB) no período pós-operatório de cirurgias cardíacas pediátricas, analisando seus efeitos sobre a dor pós-operatória e o consumo de opioides, além de destacar os possíveis efeitos colaterais ou eventos adversos associados à administração do ESPB. Método: A busca de artigos foi realizada nas bases de dados SciELO, MEDLINE/PUBMED e SCIENCE DIRECT, com descritores em português e inglês, combinados com "and". Incluíram-se artigos dos últimos cinco anos em português e inglês que abordaram o uso do ESPB em cirurgia cardíaca pediátrica, excluindo-se teses, dissertações, artigos de reflexão, editoriais, cartas ao editor, trabalhos em anais de eventos, estudos duplicados ou que não respondiam à questão norteadora. A busca inicial resultou em um total de 194 artigos, sendo filtrados 10 artigos relacionados ao tema em questão, constituindo a amostra final. Tal seleção foi feita com análise criteriosa do conteúdo, organizando-os por similaridade em categorias temáticas, com a síntese dos dados apresentada em quadro. A caracterização dos estudos incluiu título, fontes, ano de publicação, autores e estratégia metodológica, seguida da análise e da interpretação dos resultados organizados em quadros e padronizados por categorias temáticas. Resultados: Os estudos analisados mostraram que o ESPB bilateral pode melhorar significativamente a dor pós-operatória em cirurgias cardíacas pediátricas. Hagen et al. (2019) e Wong et al. (2018) relataram casos de excelente controle da dor e redução do consumo de opiáceos com o uso do ESPB. Estudos prospectivos como os de Karacer et al. (2022) e Kaushal et al. (2020)¹ confirmaram a eficácia do ESPB na redução do consumo de morfina pós-operatória e na duração prolongada da analgesia. Macaire et al. (2020)² e Gado et al. (2022) demonstraram que o ESPB guiado por ultrassom com ropivacaína diminuiu significativamente o consumo de morfina em 48 horas pós-operatórias e melhorou a analgesia comparado ao grupo controle. Voulgarelis et al. (2021) indicaram que o uso de bupivacaína lipossomal pode prolongar o controle da dor. Estudos adicionais, como os de Holland et al. (2020) e Caruso et al. (2020), verificaram que o ESPB é fácil de realizar em crianças e que a lidocaína utilizada está abaixo da faixa de toxicidade sistêmica. Conclusões: Apesar de ser uma técnica relativamente nova, os resultados desta pesquisa evidenciaram que o bloqueio bilateral foi eficaz na redução da necessidade de analgésicos e opioides no pós-operatório de cirurgias cardíacas pediátricas, sem resultar em eventos adversos ou complicações significativas. Ainda assim, mais estudos são necessários para determinar se a redução no uso de opioides leva a uma melhor recuperação, maior satisfação do paciente e redução do estresse perioperatório.

Referência 1

Kaushal B, Chauhan S, Magoon R. et al. Efficacy of Bilateral Erector Spinae Plane Block in Management of Acute Postoperative Surgical Pain After Pediatric Cardiac Surgeries Through a Midline Sternotomy. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia. 2020;34(4):981-986.

Referência 2

Macaire P, Ho N, Nguyen V, Van HP. et al. Bilateral ultrasound-guided thoracic erector spinae plane blocks using a programmed intermittent bolus improve opioid-sparing postoperative analgesia in pediatric patients after open cardiac surgery: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Reg Anesth Pain Med. 2020 Oct;45(10):805-812.

Palavras Chave

Dor Pós-operatória; Cirurgia cardíaca pediátrica; Bloqueio do Plano do Eretor da Espinha