Dados do Trabalho


Título

BLOQUEIO DE PLEXO CERVICAL SUPERFICIAL PARA RESSECÇÃO DE HEMANGIOMA: RELATO DE CASO

Descrição

INTRODUÇÃO A maioria dos hemangiomas infantis não está presente ao nascimento. Frequentemente aparecem nas primeiras semanas de vida como áreas de palidez, seguidas por manchas telangiectásicas ou vermelhas fracas. Depois, crescem rapidamente nos primeiros 3 a 6 meses de vida. As lesões superficiais são vermelhas brilhantes, protuberantes, bosseladas ou com superfície lisa e bem demarcadas. As lesões profundas são azuladas e em forma de cúpula, como no caso descrito. A involução normalmente começa quando a criança completa um ano de idade. Aproximadamente 50% dos hemangiomas infantis apresentarão involução completa quando a criança atingir os 5 anos; 70% terão desaparecido aos 7 anos; e 95% terão regredido entre os 10 e os 12 anos de idade. No caso apresentado, não houve regressão após adolescência e paciente queixava de incômodo da região. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 12 anos, 43 quilogramas, 158 centímetros de altura, com programação de procedimento para ressecção de lesão subcutânea hemangiomatosa bem delimitada em topografia de região cervical esquerda infra-auricular bem delimitada ao exame de ressonância magnética com contraste. Sem comorbidades prévias. Ao exame da via aérea não apresentava preditores de via aérea difícil e nem tinha histórico de apneia obstrutiva do sono. Sem histórico de eventos cardiovasculares, tromboembólicos ou cerebrovasculares. Realizada sedação, visando manter a patência da via aérea, com administração de dexmedetomidina (1 mcg/kg) e cetamina (1 mg/kg) por via endovenosa (EV) em bolus lento. Optou-se pelo bloqueio ecoguiado do plexo cervical superficial, com 7,0 ml de bupivacaína a 0.25%. Ressalta-se que durante o procedimento não houve intercorrências como queda da saturação ou instabilidade hemodinâmica. Foram administradas: dipirona (30 mg/kg) e ondansetrona (0,10 mg/kg). O procedimento cirúrgico foi realizado sem intercorrências e não houve necessidade de complemento da analgesia e sedação. Paciente evoluiu bem e teve alta hospitalar no dia seguinte. DISCUSSÃO: Em procedimento rápidos, de pequeno porte, de lesões de tecidos moles nas áreas do dermátomo do plexo cervical superficial, composto pelos nervos occipital menor, auricular magno, transverso cervical e supraclavicular, este bloqueio torna-se uma ferramenta bastante útil, sobretudo pela simplicidade e facilidade de execução. O bloqueio do plexo cervical superficial foi uma boa estratégia para evitar a abordagem da via aérea e o uso de opioides, além de promover analgesia pós-operatória efetiva e alta hospitalar precoce.

Referência 1

Leung AKC, Lam JM, Leong KF et al. Infantile Hemangioma: An Updated Review. Curr Pediatr Rev. 2021;17(1):55-69.

Referência 2

Peksöz U, Öner F, Ahıskalıoğlu A. Superficial Cervical Plexus Block for Retroauricular Mass Excision in a Patient with High Risk of General Anaesthesia: A Case Report. Turk J Anaesthesiol Reanim. 2022 Apr;50(2):148-150.

Palavras Chave

Hemangioma; Bloqueio do Plexo Cervical; Sedação

Área

Anestesia Regional

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET S.A.DO HOSP.UNIV.GETÚLIO VARGAS-AM - Amazonas - Brasil

Autores

MAYKOM DE LIRA BARBOSA, SOLANGE COSTA NOVO CABRAL, ISADORA COSTA NOVO CABRAL, LUCAS IANNUZZI MARTINS, LEOPOLDO PALHETA GONZALEZ, CHRISTIANE RODRIGUES DA SILVA