Dados do Trabalho


Título

Repercussões hemodinâmicas da infusão venosa de dexmedetomidina durante anestesia espinal: ensaio clínico randomizado

Descrição

Justificativa e objetivos: Hipotensão e bradicardia são complicações esperadas em pacientes submetidos a raquianestesia as quais podem ser potencializadas por fármacos anestésicos hipnóticos/sedativos. A Dexmedetomidina (DMT), um agonista do receptor α2 adrenérgico superseletivo, é capaz de gerar ansiólise, hipnose e analgesia, com mínima depressão respiratória. Porém, como efeitos colaterais, são descritos hipotensão e bradicardia. O objetivo desse estudo foi avaliar as repercussões hemodinâmicas em pacientes submetidos à raquianestesia e sedados com dexmedetomidina intravenosa, conforme o momento de início da infusão desse fármaco.
Métodos: Ensaio clínico randomizado com 20 pacientes, de ambos os sexos, idade 18–70 anos, ASA I ou II, submetidos a cirurgias eletivas abdominais e de membros inferiores, sob raquianestesia com 15mg bupivacaína hiperbárica associada à 80μg de morfina. Para sedação, os grupos receberam bolus de 1μg/kg de DMT, durante dez minutos, sendo no grupo A (GA=8) a infusão iniciada antes da realização da raquianestesia. Enquanto o grupo B (GB=12), a infusão foi iniciada cinco minutos após a realização da raquianestesia. A DMT foi mantida em bomba de infusão contínua na taxa de 0,2 a 0,7μg/kg/h, objetivando manutenção de sedação moderada, conforme escala de Ramsay. As variáveis avaliadas foram: pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM), frequência cardíaca (FC) e grau de sedação (Escala de Ramsay), nos seguintes momentos: admissão na sala de operação (M0), no momento da raquianestesia (M1), três minutos após a raquianestesia (M3), cinco minutos após a raquianestesia (M5), dez minutos após a raquianestesia (M10), vinte minutos após a raquianestesia (M20), trinta minutos após a raquianestesia (M30) e ao final do procedimento cirúrgico (MF). Foi considerado significativo o valor de p<0,05.
Resultados: Os grupos foram semelhantes quanto à idade e sexo. Verifica-se que na comparação das medidas hemodinâmicas entre os grupos, os pacientes do grupo A apresentaram menores valores de PAS, PAD e PAM, porém maiores valores de FC em comparação com os pacientes do grupo B. Essa tendência, entretanto, não apresentou diferença estatisticamente significativa: exceto para a média de Ramsay no momento M1 (p-valor=0,012), em que o grupo A apresentou maior média (3,00) em comparação ao grupo B (2,17), com diferença significativa.
Conclusão: Nossos resultados sugerem não haver diferença no momento de infusão da dexmedetomidina intravenosa em paciente submetidos a cirurgias eletivas abdominais e de membros inferiores. Entretanto, novos estudos com amostras maiores são necessários para confirmar os resultados.

Referência 1

Kang E, Lee KW, Jeon SY et al. The timing of administration of intravenous dexmedetomidine during lower limb surgery: a randomized controlled trial. BMC Anesthesiology. 2016; 16:26.

Referência 2

Kumar A, Prasad CMK, Keshri R et al. Effects of IV dexmedetomidine as a pre-medication on clinical profile of bupivacaine spinal anaesthesia in lower abdominal surgeries: a randomized clinical study. Pan African Medical Journal. 2022; 41:74.

Palavras Chave

dexmedetomidina; raquianestesia; Hipotensão

Área

Anestesia Regional

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET DR. OTÁVIO DAMÁZIO FILHO - Pernambuco - Brasil

Autores

PATRÍCIA VIRGÍNIA BASTOS DE FIGUEIREDO, REBECCA DE LUNA COUTO, ANTÔNIO CHRISTIAN EVANGELISTA GONÇALVES, YUMI DE MUTA PINTO, KEVIN ALVES RAFAEL