Dados do Trabalho
Título
Bloqueio Caudal Associado à Anestesia Geral com Ropivacaína versus Levobupivacaína em Cirurgias Infra-Umbilicais Pediátricas: Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise de Ensaios Clinicos Randomizados
Descrição
Justificativa e Objetivos: O bloqueio caudal é amplamente utilizado em procedimentos cirúrgicos infra-umbilicais pediátricos devido à sua eficácia em proporcionar analgesia intra e pós-operatória.¹ Esta técnica regional é valorizada por potencialmente minimizar a necessidade de opioides, reduzindo assim os efeitos colaterais associados a esses medicamentos. Além disso, o bloqueio caudal pode proporcionar uma recuperação mais rápida e menos dolorosa, facilitando o manejo da dor no período pós-operatório imediato. No entanto, a escolha do anestésico local ideal para esse fim continua sendo um tema de debate na literatura médica, uma vez que diferentes agentes anestésicos podem variar em termos de início de ação, tempo para primeira analgesia e perfil de segurança.² Nesse sentido, esta revisão sistemática e meta-análise visa comparar o uso de Ropivacaína versus Levobupivacaína em crianças submetidas à cirurgias infra-umbilicais sob bloqueio caudal associado à anestesia geral. Método: Realizamos uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane, desde sua criação até julho de 2024, para ensaios clínicos randomizados que comparassem o uso de Ropivacaína com Levobupivacaína em crianças submetidas à cirurgias infra-umbilicais sob bloqueio caudal associado à anestesia geral. O desfecho principal dessa meta-análise foi o tempo de início da analgesia. Avaliamos também, como desfecho secundário, o tempo para o consumo do primeiro analgésico no período pós-operatório. A análise estatística foi realizada no software R versão 4.4.0, usando a medida de diferença de médias (MD) em um modelo de efeito randômico. Resultados: Incluímos 5 estudos randomizados totalizando 345 participantes, sendo destes, 173 receberam o bloqueio com Ropivacaína. O uso da Ropivacaína demonstrou uma redução significativa no tempo de início da analgesia quando comparada à Levobupivacaína (MD -0.97 minutos, IC 95% [-1.67; -0.28]; p<0.01, I²=0%, Figura 1). Por outro lado, o grupo Ropivacaína demonstrou significativamente menor tempo para consumo do primeiro analgésico no período pós-operatório quando comparado ao grupo Levobupivacaína (MD -0.14 horas, IC 95% [-0.24; -0.05]; p<0.01, I²=0%, Figura 2). Conclusão: Nossos achados indicam que o uso de Ropivacaína no bloqueio caudal em cirurgias infra-umbilicais pediátricas sob anestesia geral resulta em uma redução estatisticamente significativa no tempo de início da analgesia, quando comparado à Levobupivacaína. Por outro lado, no grupo Ropivacaína, foi observada uma diminuição significativa no tempo para o consumo do primeiro analgésico pós-operatório.
Referência 1
Najman, I. E., Frederico, T. N., Segurado, A. V. R., & Kimachi, P. P. (2011). Bloqueio peridural caudal: técnica anestésica de uso exclusivo em crianças? É possível sua realização em adultos? Qual o papel do ultrassom nesse contexto? Brazilian Journal of Anesthesiology, 2011; 61(1): 102–109.
Referência 2
Wiegele, M., Marhofer, P., & Lönnqvist, P. (2019). Caudal epidural blocks in paediatric patients: a review and practical considerations. British Journal of Anaesthesia, 2019; 122(4): 509–517.
Palavras Chave
Bloqueio nervoso; Anestesia geral; Pediatria
Área
Anestesia Pediátrica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
LAIZ GOMES CARNEIRO NOVAES, LUCAS REZENDE DE FREITAS, TAUÃNA TERRA CORDEIRO DE OLIVEIRA, LUIZ FABIO SILVA RIBEIRO