Dados do Trabalho
Título
Bloqueio do nervo dorsal do pênis guiado por ultrassom para postectomia em criança de 1 ano
Descrição
INTRODUÇÃO
O uso da Anestesia Regional em lactentes, crianças e adolescentes vem aumentando significativamente ao longo dos anos e tem sido avaliado que diferentes técnicas de anestesia regional podem ser aplicadas com segurança e eficácia na idade pediátrica.
Ainda não existem tantos estudos de anestesia regional na faixa pediátrica comparados com a população adulta. Nos estudos já avaliados foram verificados que a anestesia regional em crianças é uma prática segura, com um índice de complicações graves baixo, entre 0,12 – 0,15%. Déficit neurológico transitório foi registado em apenas 25 casos, em uma proporção de 2,4 para 10.000, porém, nenhum resultou em sequelas permanentes, sendo a grande maioria dos efeitos adversos o mau funcionamento do cateter, como deslocamento ou desconexão. Apesar de raras, complicações graves na faixa etária pediátrica levam a problemas neurológicos graves que podem prejudicar o desenvolvimento da criança de forma significativa.
Em geral, os bloqueios pediátricos são realizados sob sedação ou anestesia geral (o que pode mascarar sinais de alerta, como parestesia), limitando o bloqueio ao volume de solução anestésica local abaixo dos níveis tóxicos.
RELATO DE CASO
Paciente de 1 ano, 12 kg, sexo masculino, ASA 1, sem alergias conhecidas. Internou para realizar cirurgia de postectomia. Indução inalatória com sevoflurano, seguida de venóclise com jelco 24 em membro superior direito. Completada a indução com fentanil 10 mcg e propofol 20 mg, seguindo-se de passagem de máscara laríngea número 2, sem intercorrências. Realizado bloqueio do nervo dorsal do pênis guiado por ultrassonografia (ver imagem) com 7 ml de bupivacaína 0,25% sob técnica asséptica, sem intercorrências (dose tóxica 30 mg, dose realizada 17,5 mg). Manutenção da anestesia com sevoflurano a 2%. Analgesia endovenosa apenas com dipirona 360 mg. Ao término, retirada de máscara laríngea em plano anestésico. Paciente encaminhado à sala de recuperação pós-anestésica, sem dor.
DISCUSSÃO
O uso da ultrassonografia em bloqueios regionais em crianças tem sido cada vez mais frequente, facilitando a realização de bloqueios, aumentando sua efetividade e diminuindo complicações. A anestesia multimodal está sendo adotada de forma crescente na anestesia pediátrica, visto suas vantagens no controle da dor pós-operatória e diminuição dos efeitos colaterais causados por opioides. Seu uso também proporciona uma redução no estresse cirúrgico e diminuição na concentração alveolar mínima de anestésicos voláteis, além de conseguir, ocasionalmente, evitar a utilização de uma via aérea avançada.
A crescente busca por técnicas anestésicas em crianças nos remete a uma maior atenção aos efeitos não desejados dos anestésicos locais, nos chamando sempre a atenção para suas complicações. O uso da ultrassonografia nos auxilia na diminuição de volumes de anestésicos locais, diminuindo seus efeitos adversos.
Referência 1
Litman RS; Ambardekar, AP. Litman's Basics of Pediatric Anesthesia. 3 ed. [S. l.]: Elsevier, 2022. ISBN 978-0-323-82902-1.
Referência 2
Polaner, DM et al. Pediatric Regional Anesthesia Network (PRAN): a multi-institutional study of the use and incidence of complications of pediatric regional anesthesia. Anesth Analg, [s. l.], 115 (6), p. 1353-64, 2012.
Palavras Chave
postectomia; Bloqueios; anestesia regional
Área
Anestesia Pediátrica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET S.A.HOSP.SERVID.PUBL.DE SP - São Paulo - Brasil
Autores
MAYKON LUIS SANTINI, JOÃO GUILHERME MEINEM GARBIN, VICTOR RIBEIRO DA PAIXÃO, CAIO AUGUSTO DE CARVALHO LEMOS, FILIPE DE MIRANDA SOUZA RAMOS, GUILHERME BRAZÃO