Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Despertar Prolongado em Paciente Submetido à Prostatectomia Laparoscópica Assistida por Robô

Descrição

Introdução: A Prostatectomia Laparoscópica Assistida por Robô (RALP) apresenta melhores desfechos em relação a prostatectomia radical aberta, apresentando baixa incidência de complicações no intraoperatorio. Entretanto, eventos adversos cardiovasculares, respiratórios e neurológicos podem ocorrer devido ao posicionamento do paciente em Trendelemburg associado a tempo cirúrgico prolongado.
Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 57 anos, portador de adenocarcinoma de próstata, submetido a Prostatectomia Laparoscópica Assistida por Robô (RALP). Previamente hipertenso controlado, sem antecedentes patológicos relevantes ou alergias conhecidas.
Optado por técnica anestésica combinada, peridural lombar com passagem de cateter e anestesia geral venosa total alvo controlada com Propofol e Remifentanil, associada a infusão continua de Dexmedetomidina (0,3mcg/kg/h) e Rocuronio (0,6-1mg/kg/h).
Paciente monitorizado com ECG de 5 derivações, pressão arterial não invasiva, oximetria, termômetro faríngeo, TOF e índice bispectral, mantido em Trendelemburg durante ato cirúrgico, apresentou estabilidade hemodinâmica sem necessidade de uso contínuo de drogas vasoativas no intraoperatorio. Cateter peridural medicado com 6 ml de solução de Ropivacaina 0,667% e Morfina 2mg. Após término do procedimento, pausados agentes anestésicos e infundido Sugamadex 400mg, com reversão completa do bloqueio neuromuscular e retorno da respiração espontânea com volume corrente e frequência adequados.
Paciente manteve-se em plano anestésico durante 2h após procedimento, com despertar após 0,5mg de Naloxona em bolus intermitente. Extubado e levado para Sala de Recuperação Pós Anestésica, onde foi monitorizado e mantido com aporte de O2 a 2L/min em cateter nasal. Após uma hora, evoluiu com dessaturacao e parada cardiorrespiratória, com retorno da circulação espontânea após um ciclo de massagem cardíaca e 1mg de Adrenalina EV. Encaminhado ao CTI entubado com RASS-2, sendo extubado após 24h. Exames após admissão em CTI sem alterações.
Discussão: O despertar prolongado é uma complicação anestésica com múltiplas etiologias possíveis e a sua prevalência na RALP não é conhecida. Sabe-se que o posicionamento em Trendelemburg acentuado associado ao pneumoperitônio ocasiona alterações na mecânica ventilatória e acúmulo de CO2, podendo resultar em acidose respiratória. Edema de cabeça e pescoço por conta do posicionamento cirúrgico por tempo prolongado pode levar à alteração da regulação do fluxo cerebral, estase e aumento da pressão intracraniana.

Referência 1

Chaudhary, Fihr et al. “Critical Assessment of the Neurological Complications during High-Risk Anesthesia Procedures.” Journal of surgery and research vol. 7,2 (2024): 250-266.

Referência 2

Carretero, A.M.G. et al. “Anestesiologia-Anestesia para cirurgia robótica”. Sistema de Protocolos. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Novembro de 2020. Disponível em: https://protocolos.hcrp.usp.br/exportar-pdf.php?idVersao=896. Acessado em: 24/07/2024.

Palavras Chave

Cirurgia Robótica; Despertar prolongado; Trendelemburg

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET SERV.ANEST.HUFJUIZ DE FORA - Minas Gerais - Brasil

Autores

KAREN TOLEDO MORAIS IGLESIAS, GIOVANI ALVES MONTEIRO, MICHELE BARROS CAZARIM FERREIRA, JOSILENE SANTOS RIBAS , JESSIKA STEPHANI SILVA CARDOSO , ARTHUR HAMACEK CARVALHO