Dados do Trabalho


Título

Implementação do ciclo de melhoria com ferramenta PDCA para avaliação da instilação intraperitoneal de anestésico local e utilização de metadona na prevenção de dor pós-operatória em colecistectomias

Descrição

Introdução: Auditorias de qualidade do atendimento em hospital terciário mostraram indicadores com taxa de dor pós-operatória em colecistectomias maiores que a meta estabelecida (10%). O objetivo desse estudo é mostrar a eficiência da implementação da ferramenta PDCA (Plan, Do, Check, Act) em conseguir reduzir a incidência de dor instituindo medidas farmacológicas preventivas e medindo o escore de adesão ao novo protocolo de analgesia pós-operatória. Método: Os pacientes adultos de ambos os sexos submetidos a colecistectomia eletiva em um hospital terciário foram incluídos no estudo. Os critérios de não inclusão foram cirurgias de urgência ou emergência. Foi aplicado o TCLE aos pacientes incluídos sob anuência da diretoria clínica do hospital. Os pacientes foram submetidos a anestesia geral venosa total. O planejamento analgésico sugerido pelo novo protocolo institucional (PDCA) foi a instilação intraperitoneal de 15ml de ropivacaína a 0,75% diluídos em 100ml de solução fisiológica dispersado no leito da vesícula biliar e sobre a cúpula hepática após a retirada da vesícula biliar. Também foi administrada metadona na dose de 0,1mg/kg antes da indução da anestesia geral, além de analgésicos comuns. O escore de dor foi avaliado na SRPA 30 minutos após a chegada do paciente na sala de recuperação (SRPA). Os indicadores iniciais mostravam que a incidência de dor após colecistectomias era de 16,1% e a meta com a aplicação do PDCA era redução para valores menores que 10%. Resultados: Após a implementação do novo protocolo, foram analisados 555 protocolos. Já no primeiro mês houve redução do indicador de dor para 13,2% com taxa de adesão ao protocolo de analgesia de 30%. Nos meses seguintes houve redução para 7,8% com adesão ao protocolo de 60%. Nos meses medidos a incidência de dor foi sendo reduzida para 8,6%, 6% e 4,3%, até que, 6 meses após a implementação do PDCA apenas 1 paciente relatou dor com escala analógica visual maior que 4 na SRPA, momento em que a adesão ao protocolo foi maior que 65%. Discussão: O desafio da aplicação do PDCA na anestesia é coloca-la em uma especialidade praticada por vários profissionais com atendimento multiprofissionais. Isso pode difilcultar a execução das medidas indicadas pelos protocolos e, obviamente, prejudicar as avaliações pelos indicadores de qualidade. Nesse estudo, a adesão ao protocolo sugerido pelo PDCA foi medido e acompanhou a melhora dos indicadores. Esse protocolo foi testado no ano de 2022 e já implementado institucionalmente em 2023, de acordo como uma ferramenta de alterações de processos instituicionais como recomenda a literatura. Conclusão: No estudo, a hipótese da instilação intraperitoneal de anestésico local e a adesão ao protocolo com utilização de metadona conseguiu prevenir a ocorrência de dor em colecistectomias. A ferramenta PDCA se demonstrou efetiva. A incidência de dor foi reduzida de 16% no início das medições para 4% três meses após a sua implementação.

Referência 1

MARTINS, T. P.; SOUZA, D. M.; SOUZA, D. M. Uso da anestesia multimodal no tratamento da dor pós-operatória. Brazilian Journal of Pain, v. 6, n. 4, p. 427-34, 2023.

Referência 2

SLULLITEL, A. Gestão da Qualidade em Anestesiologia. Prática Hospitalar, São Paulo, v. 58, p. 93 - 96, 2008.

Palavras Chave

analgesia pós-operatória; anestésico local; laparoscopia

Área

Segurança do paciente, melhoria da qualidade e comunicação

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

CET DO CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAEL NOBRE CONSULIN, GIOVANNI DEPENTOR GESUATTO, RAFAEL CAMERLENGO MORAGAS, LAURA LOPES NASCIMENTO, LUIZA AZEDIAS PESSOA VIEIRA, MUCIO PARANHOS ABREU