Dados do Trabalho


Título

EFEITO DA DEXAMETASONA COMO PREVENÇÃO DA CEFALEIA PÓS-RAQUIANESTESIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

Descrição

Justificativa e objetivos: A cefaleia é uma das principais complicações após a raquianestesia com incidência entre 0,5 e 25% dos casos, ocorrendo entre 24 a 48h após a punção. Sabe-se que a diferença de pressão entre o líquido cefalorraquidiano e o espaço subaracnoide e o espaço epidural é o principal mecanismo fisiopatológico para a ocorrência dessa complicação. Vale ressaltar alguns fatores de risco para o desenvolvimento da cefaleia como sexo feminino, idade jovem e história prévia de cefaleia pós-raquianestesia. Nesse sentido, a dexametasona (inibidor das prostaglandinas I2 e E2) é usada frequentemente para alívio da cefaleia, além disso pode estar associada à diminuição da incidência de cefaleia pós-raquianestesia. Dessa forma, tal estudo tem como intuito sumarizar e evidenciar a eficácia da dexametasona como profilaxia para a cefaleia pós-raquianestesia. Método: Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados nas bases de dados MedLine, ScienceDirect e BVS a partir dos descritores “Headach”, “Anesthesia, Spinal”, “Dexamethasone” combinados através do operador booleano “AND”. Foi utilizado o Software Mendley por dois revisores de forma independente para a seleção dos artigos. Não foram aplicados filtros de idioma ou ano. Foram excluídos os artigos que eram duplicados, se referiam a outra medicação ou estavam relacionadas somente a raquianestesia. Resultados: Foram encontrados 31 ECR, sendo 4 utilizados para a elaboração do resumo. A dosagem de 8 mg de dexametasona está associada à menor incidência de cefaleia, náusea e vômito pós raquianestesia tanto no primeiro quanto no quarto dia de pós-operatório. Em um estudo comparativo a aminofilina estava associada a menor incidência de cefaleia pós-raquianestesia se comparada a dexametasona. A dexametasona não demonstrou efetividade na prevenção da cefaleia pós-raquianestesia e pode até piorar a incidência nas primeiras 24h. A prevalência de dor de cabeça após 24h, 72h e uma semana não foi diferente nos grupos com e sem o uso da dexametasona. Conclusão: Os estudos mostraram relevância na abordagem do tema, mas houve discrepância em relação ao benefício da dexametasona como profilaxia na raquianestesia. Nos estudos mais recentes de 2020 e 2021 foi observado diminuição na incidência da cefaleia pós punção raquimedular com o uso de dexametasona intravenosa. Além disso, a metodologia de alguns estudos precisa ser melhor elaborada para um resultado mais confiante. Dessa forma, são necessários mais estudos clínicos para um melhor esclarecimento acerca do uso benéfico da dexametasona como profilaxia para a cefaleia pós-raquianestesia.

Referência 1

Yang B, Li DL, Dong P et al. Effect of dexamethasone on the incidence of post-dural puncture headache after spinal anesthesia: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial and a meta-analysis. Acta Neurologica Belgica. 2014; 115: 59–67.

Referência 2

Najafi A, Emami S, Khajavi M et al. Is epidural dexamethasone effective in preventing postdural puncture headache? Acta Anaesthesiologica Taiwanica. 2014;52: 95–100

Palavras Chave

CEFALEIA; Dexametasona; raquianestesia

Área

Anestesia Regional

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC - Alagoas - Brasil

Autores

LÍVIA FRANÇA TENÓRIO PINHEIRO, HENRIQUE SANDER MARIANO BRAGA RODRIGUES , LEVI DE MELO AMORIM , NATHAN MARLON FERREIRA CARREIRO , MIRELA MONTENEGRO CERQUEIRA , NATÁLIA SILVA PEREIRA MELO