Dados do Trabalho


Título

Dexmedetomidina Adjuvante versus Anestésico Local Isolado em Tonsilectomia ou Adenotonsilectomia pediátricas: Uma Revisão Sistemática e Meta-análise

Descrição

Justificativa e Objetivos: Anestésicos locais são amplamente utilizados para garantir a analgesia em pacientes pediátricos submetidos à tonsilectomia ou adenotonsilectomia.¹ Estudos randomizados recentes apresentam resultados divergentes sobre a superioridade da dexmedetomidina como adjuvante ao anestésico local nesses procedimentos. Portanto, esta meta-análise tem como objetivo avaliar comparativamente o uso de dexmedetomidina adjuvante versus anestésicos locais isolados, em relação ao tempo para a primeira analgesia e à dor pós-operatória em crianças submetidas à tonsilectomia ou adenotonsilectomia. Método: Foi realizada uma busca sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane, até julho de 2024, para ensaios clínicos randomizados (RCTs) que analisassem o uso de anestésico local associado à dexmedetomidina versus anestésicos locais isolados, incluindo ropivacaína, bupivacaína e levobupivacaína, na infiltração local em pacientes pediátricos submetidos à tonsilectomia ou adenotonsilectomia. O desfecho principal foi o tempo necessário para a primeira analgesia. As análises secundárias incluíram a avaliação da dor pós-operatória em: 1 hora, 2 horas, 4 horas, 8 horas e 24 horas após a cirurgia. A análise estatística foi realizada utilizando o software R versão 4.4.0, a fim de analisar as medidas de diferença de médias (MD) e diferença de médias padronizadas (SMD), em modelo de efeito randômico. Resultados: 4 RCTs foram elegíveis para nossa análise, incluindo 331 pacientes, os quais 164 receberam dexmedetomidina como adjuvante na infiltração local. O uso de dexmedetomidina apresentou um aumento estatisticamente significativo no tempo para primeira analgesia (MD 84.65 minutos [IC 95% 34.79; 134.51]; p<0.01, I²= 70%, Figura 1A). Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os grupos na avaliação da dor pós-operatória em 1 hora (SMD -1.06 [IC 95% -2.18; 0.06]; p=0.06, I²= 94%, Figura 1B), na avaliação da dor pós-operatória em 2 horas (SMD -0.97 [IC 95% -2.07; 0.12]; p=0.08, I²= 93%, Figura 1C) e na avaliação da dor pós-operatória às 12 horas (SMD -0.23 [IC 95% -0.75; 0.28]; p=0.38, I²= 71%, Figura 1D). Por outro lado, o grupo dexmedetomidina apresentou uma redução significativa na avaliação da dor pós-operatória às 4 horas (SMD -1.09 [IC 95% -1.85; -0.33]; p<0.01, I²= 75%, Figura 1E) e na avaliação da dor pós-operatória em 24 horas (SMD -0.38 [IC 95% -0.74; -0.02]; p=0.04, I²= 43%, Figura 1F). Conclusão: Nossos achados indicam que o uso de dexmedetomidina associada ao anestésico local, quando comparada a anestésicos locais isolados, prolonga o tempo de primeira analgesia e reduz as escalas de dor às 4 e 24 horas pós operatórias. Ademais, não houveram diferenças estatisticamente significativas na avaliação da escala de dor em 1 hora, 2 horas e 12 horas pós operatórias em pacientes pediátricos submetidos à tonsilectomia ou adenotonsilectomia.

Referência 1

Modir, Hesameddin; Moshiri, Esmail; Naghavi, Faezeh. Efficacy of peritonsillar infiltration with dexmedetomidine versus tramadol in comparison to placebo for pain control and sedation after tonsillectomy in pediatric patients: A randomized clinical trial. National Journal of Maxillofacial Surgery. 2024; 15:40-6.

Referência 2

Abo Elfadl, Ghada Mohammad, AbdelRady, et al. Efficacy of Levobupivacaine Versus Levobupivacaine Plus Dexmedetomidine Infiltration for Post-Tonsillectomy Analgesia: A Randomized Controlled Trial, Pain Research and Management. v. 2022. 1-7.

Palavras Chave

dexmedetomidina; Anestesia pediátrica; Tonsilectomia

Área

Anestesia de cabeça, pescoço, otorrinolaringológica e oftalmológica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Universidade Federal de São João del-Rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

LUIZ FÁBIO SILVA RIBEIRO, LUCAS REZENDE DE FREITAS, TAUÃNA TERRA CORDEIRO DE OLIVEIRA, LAIZ GOMES CARNEIRO NOVAES, ANDRESSA VINHA ZANUNCIO