Dados do Trabalho
Título
Bloqueio do Plano do Eretor da Espinha versus Bloqueio Paravertebral em Pacientes Submetidas à Cirurgia de Mama: Uma Revisão Sistemática e Meta-análise
Descrição
Justificativas e Objetivos: O manejo da dor pós-operatória em pacientes submetidas à cirurgia de mama é um desafio clínico significativo.¹ O Bloqueio Paravertebral (PVB) e o Bloqueio do Plano Eretor da Espinha (ESPB) são técnicas proeminentes de anestesia regional para esses procedimentos.² No entanto, estudos randomizados recentes apresentam resultados inconclusivos quanto à superioridade dessas técnicas. Dessa forma, esta meta-análise tem como objetivo avaliar comparativamente o uso do ESPB e PVB em relação ao consumo de opioides, tempo para analgesia de resgate, incidência de náusea e vômito pós-operatórios, e controle da dor em pacientes submetidas à cirurgia de mama. Método: Uma busca sistemática da literatura foi conduzida nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane, desde a sua criação até junho de 2024, para ensaios clínicos randomizados comparando o ESPB versus PVB em mulheres submetidas à cirurgia de mama. Esta meta-análise teve como desfecho principal o consumo de morfina 24 horas após a cirurgia. Análises secundárias incluíram o consumo de fentanil intraoperatório, o tempo necessário para primeira analgesia de resgate, incidência de náuseas e vômitos e avaliação da dor pós-operatória em três momentos: na sala de recuperação pós-anestésica (PACU), às 12 horas e às 24 horas após a cirurgia. A análise estatística foi realizada utilizando o software R versão 4.4.0, a fim de analisar as medidas de risco relativo (RR), diferença de médias (MD) e diferença de médias padronizadas (SMD), em modelo de efeito randômico. Resultados: 10 estudos clínicos randomizados foram elegíveis para nossa análise, incluindo 666 pacientes, dos quais 333 (50%) receberam ESPB. Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os grupos no consumo de morfina em 24 horas (MD 0.06 mg de morfina [IC 95% −1.46; 1.57]; p=0.94, I²= 84%, Figura 1A), no consumo de fentanil intraoperatório (MD -3.03 μg de fentanil [IC 95% -7.47; 1.42]; p= 0.18, I²= 30%, Figura 1B), no tempo de primeira analgesia de resgate (MD 6.03 minutos [IC 95% -16.63; 28.69]; p= 0.60, I²= 55%, Figura 1C), na incidência de náuseas e vômitos (RR 1.03 [IC 95% 0.63; 1.68]; p=0.91, I²= 1%, Figura 1D), na avaliação da dor na PACU (SMD 0.46 [IC 95% −0.17; 1.09]; p= 0.16, I²= 80%, Figura 1E), às 12 horas (SMD -0.12 [IC 95% −0.68; 0.43]; p= 0.66, I²= 85%, Figura 1F) e às 24 horas (SMD -0.06 [IC 95% −0.65; 0.53]; p= 0.84, I²= 85%, Figura 1G). Conclusão: Nossos achados indicam que não há diferenças estatisticamente significativas entre o Bloqueio do Plano Eretor da Espinha (ESPB) e o Bloqueio Paravertebral (PVB) nos desfechos analisados, incluindo o consumo de opioides, o tempo para a primeira analgesia de resgate, a incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios e o controle da dor em diferentes momentos após a cirurgia de mama.
Referência 1
Santonastaso, D.P., de Chiara, A., Righetti, R. et al. Efficacy of bi-level erector spinae plane block versus bi-level thoracic paravertebral block for postoperative analgesia in modified radical mastectomy: a prospective randomized comparative study. BMC Anesthesiol. 2023. 23: 209-18.
Referência 2
Elewa, A.M., Faisal, M., Sjöberg, F. et al. Comparison between erector spinae plane block and paravertebral block regarding postoperative analgesic consumption following breast surgery: a randomized controlled study. BMC Anesthesiol. 2022. 22: 189-97.
Palavras Chave
Bloqueio nervoso; anestesia regional
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Federal de São João del-Rei - Minas Gerais - Brasil
Autores
LUIZ FÁBIO SILVA RIBEIRO, LUCAS REZENDE DE FREITAS, TAUÃNA TERRA CORDEIRO DE OLIVEIRA, LAIZ GOMES CARNEIRO NOVAES, MARIANA GAYA DA COSTA