Dados do Trabalho
Título
Efeitos da administração de Naloxona no manejo da dor pós-operatória
Descrição
Justificativa e Objetivos: A dor pós-operatória é uma preocupação central no manejo perioperatório, frequentemente requerendo o uso de opioides potentes, que estão associados a efeitos adversos como depressão respiratória, náuseas e constipação. Para mitigar esses problemas, a naloxona, um antagonista dos receptores opioides, é explorada como uma estratégia promissora. Ela pode reduzir a intensidade da dor e a necessidade de opioides, além de promover uma recuperação mais rápida e confortável dos pacientes. Este estudo visa avaliar criticamente a eficácia e segurança da naloxona no manejo da dor pós-operatória. Método: Foi conduzida uma revisão sistemática de literatura com base nos critérios do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA). Utilizando os termos DeCS/MeSH: "Naloxone" AND "Pain, Postoperative"; a busca eletrônica sistemática foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase e SciELO em 9 de julho de 2024. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados dos últimos 5 anos que investigaram o efeito da naloxona no manejo da dor pós-operatória. Durante a seleção dos estudos, foram excluídos artigos repetidos e estudos com recorte temático diferente. Resultados: A análise inicial de 42 artigos resultou na seleção de 13 estudos que, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, mostraram que a naloxona em baixas doses pode melhorar significativamente o manejo da dor pós-operatória. Em procedimentos como toracotomias e histerectomias, a combinação de naloxona com bupivacaína, morfina, ropivacaína e cetamina não só prolongou o alívio da dor, mas também reduziu a necessidade de analgésicos de resgate, proporcionando uma recuperação mais confortável e diminuindo o consumo de medicamentos adicionais. A administração de naloxona, especialmente em doses ultra-baixas, demonstrou reduzir a hiperalgesia pós-operatória e melhorar a função intestinal em comparação ao uso isolado de opioides, evidenciando uma abordagem eficaz para mitigar a dor sem causar efeitos adversos significativos. No caso de laminectomias lombares, a naloxona intratecal em baixa dose foi eficaz na redução da intensidade da dor, prurido e náusea, sem associar-se a efeitos adversos graves, proporcionando uma analgesia mais equilibrada. Durante as anestesias gerais, a inclusão de naloxona na infusão de remifentanil não apenas reduziu a hiperalgesia, mas também melhorou a recuperação pós-operatória ao reduzir a frequência e gravidade dos sintomas de dor, comparado ao uso exclusivo de remifentanil. Conclusões: Esses achados indicam que a naloxona em doses reduzidas pode ser um adjuvante eficaz na analgesia pós-operatória, melhorando o controle da dor e reduzindo os efeitos colaterais dos opioides. Sua combinação com agentes analgésicos como bupivacaína, morfina e oxicodona demonstrou benefícios como menor hiperalgesia, melhor função intestinal e menor necessidade de analgésicos de resgate.
Referência 1
MAKAREM, Jalil et al. Evaluation of the Efficacy of Low-Dose Naloxone for the Prevention of Acute Remifentanil-Induced Hyperalgesia in Patients Undergoing General Anesthesia for Laparotomy. Archives of Neuroscience, 2020; v. 7, n. 4.
Referência 2
FIROUZIAN, Abolfazl et al. The effect of ultra–low-dose intrathecal naloxone on pain intensity after lumbar laminectomy with spinal fusion: A randomized controlled trial. Journal of Neurosurgical Anesthesiology, 2020; v. 32, n. 1, p: 70-76
Palavras Chave
Complicações Pós-operatórias; Dor Pós-operatória; Naloxona
Área
Medicina Perioperatória
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil
Autores
LARISSA CRISTINA COSTA, MATHEUS SILVA DUARTE DE OLIVEIRA, CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA FERREIRA, LUCAS BRITO MEIRA, ERICK DE PAIVA LOPES FILHO, GUTENBERG DINIZ BORBOREMA