Dados do Trabalho


Título

INJEÇÃO INADVERTIDA DE NORADRENALINA VIA CATETER CENTRAL EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE RENAL DE DOADOR FALECIDO: RELATO DE CASO

Descrição

INTRODUÇÃO: Os cuidados prestados a pacientes críticos requerem recursos humanos e materiais especializados e intervenções imediatas perante qualquer alteração do quadro clínico para prevenir eventos adversos. O objetivo é descrever um caso em que houve administração inadvertida de noradrenalina durante em um transplante renal de doador falecido. RELATO DO CASO: Paciente masculino, 49 anos, estado físico ASA IV, 85kg, 185cm, portador hipertensão, diabetes, doença renal estágio V, retinopatia diabética e dislipidemia. Fazia uso insulina glargina, olmesartana, furosemida, Sevelamer, atorvastatina, anlodipino, AAS e metoprolol. Na sala cirúrgica, foi monitorizado com cardioscopia, oximetria de pulso, pressão arterial não invasiva inicialmente e monitor de hipnose. O paciente foi sedado com midazolam e fentanil, realizado bloqueio peridural com ropivacaína 0,75% 8ml, morfina 2mg e instalação do cateter peridural para posterior instação de analgesia controlada pelo paciente. Em seguida, foi realizada foi venosa total alvo controlada com propofol modelo Marsh TCI efeito, remifentanil modelo Minto TCI efeito e rocurônio 50mg EV,. Realizada intubação com tubo endotraqueal sem dificuldades. No intraoperatório, o paciente manteve instabilidade hemodinâmica, sendo necessário administração de noradrenalina. No momento de hipotensão grave, foi administrado, de modo inadvertido, bolus de noradrenalina via cateter central, resultando em pico pressórico de 308x116mmHg, após a realização sutura da veia renal do enxerto na veia ilíaca externa esquerda do paciente. A cirurgia, nesse momento foi interrompida até que os valores da pressão arterial fossem corrigidos com administração de sevoflurano, aumento da concentração de remifentanil e suspensão da noradrenalina. Não houve ruptura de suturas. No pós operatório, o paciente foi encaminhado à UTI em ventilação espontânea porém ainda em uso de droga vasoativa que foi mantida até o 5º dia de pós operatório (PO). O paciente recebeu alta da UTI no 6ºPO, e posterior alta hospitalar no 10º PO, sem outras complicações. DISCUSSÃO: A administração de aminas vasoativas deve ser cautelosa. Relatos na literatura de iatrogenias mostram reações cutâneas rápidas até óbito, incluindo ainda cardiomiopatia de Takotsubo e PCR. Os equipamentos devem ser checados e a equipe deve ser treinada para o uso adequado das formas de administração, visando mitigar possíveis complicações.

Referência 1

Faria TT, Camerini FG, Henrique DM,Fassarella CS, Nepomuceno RM, Campos JF, Franco AS. Eventos clínicos indesejáveis relacionados com a administração de aminas: Estudo transversal. Revista de Enfermagem, 63, 2022.

Referência 2

Ibey AA, Ciarniello C, Gorelik S. Inadvertent overinfusion of norepinephrine using infusion pump loading dose. Intensive Crit Care Nurs. 2015::375-9.

Palavras Chave

noradrenalina; injeção inadertida; evento adverso

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

CET DO CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS - - Brasil

Autores

LAURA LOPES NASCIMENTO, GABRIEL SILVA LIMA, TASSIO MATTOS PEREIRA FRANCO, ADRIEL FRANCO MATTOS, RAFAEL MILLANI, ISMAEL PONTES SILVA