Dados do Trabalho


Título

Uso de videolaringoscópio para intubação nasotraqueal em paciente com Síndrome de Pierre - Robin

Descrição

Introdução: A Síndrome de Pierre-Robin (SPR) é uma doença congênita formada pela tríade de micrognatia, glossoptose e alteração respiratória. Por tais características e devido a síndrome craniofacial trata-se de situação desafiadora por manejo de via aérea difícil (VAD) para realização de procedimentos sob anestesia geral.

Relato de Caso: Paciente masculino, 6 anos, 28 kg, portador de SPR, sem outras comorbidades, sem cirurgias prévias, vem de forma eletiva para realização de reconstrução de nervo facial à esquerda por enxerto. Equipe cirúrgica solicita preferência por intubação nasotraqueal (INT) devido à local de sítio cirúrgico. Realizado preparo de materiais e estação anestésica, incluindo materiais para VAD. Paciente monitorizado e após adequada pré-oxigenação, feita indução anestésica inalatória com uso de óxido nitroso 50% e sevoflurano 3%; Posteriormente ventilação sob máscara facial e cânula orofaríngea, sem intercorrências. Então, puncionado acesso periférico 22 G e realizadas medicações endovenosas para INT: Lidocaína 30 mg, Fentanil 140 mcg, Propofol 60 mg, Rocurônio 17 mg; Efetuada videolaringoscopia (VL) com uso de lâmina número 2, visualizando-se glote equivalente a Cormack-Lehane 2 A; Realizada passagem de gazes com solução de adrenalina 0,001% e lidocaína 10% gel por narina direita, permitindo passagem de tubo aramado nº 4,5. Sob visualização em VL, realizada INT em uma tentativa, sem intercorrências. Intraoperatório mantido com propofol em infusão contínua sob modelo Kataria, com alvo 2 ug/ml efeito, além de remifentanil 0,05 a 0,15 mcg/kg/min, cetamina a 0,3 mg/kg e rocurônio 0,3 mg/kg a cada hora até 1 hora antes de término de procedimento, o qual ocorreu sem intercorrências. Ao fim do procedimento, realizado sugamadex 60 mg e extubação após adequado despertar, sem intercorrências. Paciente obteve alta no dia seguinte ao procedimento.
Discussão: Desde o período neonatal, pacientes com SPR frequentemente passam por manejo de via aérea, sendo de grande interesse sua padronização com maior segurança possível. Verifica-se que há boa tolerância a dispositivos supraglóticos e tendência a menos tentativas, até sucesso de intubação, com uso de videolaringoscópio rígido, tanto em manejo eletivo quanto de urgência. Devido à natureza das alterações da SPR, é necessário preparação quanto a possibilidade de recuperação de emergência de via aérea falha. O caso trata-se de uma possibilidade válida e segura de manejo de via aérea de paciente com SPR de forma eletiva.

Referência 1

Vera Lúcia Nocchi Cardim; Jullyana Heinen Peixoto; Alessandra dos Santos Silva "Orthoglossopelveplasty" and the algorithm for its use in the Pierre Robin sequence. Rev. Bras. Cir. Plást. 2019;34(2):228-236

Palavras Chave

Intubação; Manuseio das Vias Aéreas; Síndrome de Pierre Robin

Área

Gerenciamento de vias aéreas

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET DEP.ANEST.DA F.M.BOTUCATU - São Paulo - Brasil

Autores

BRUNO PONTES DE ARAUJO, DAVID SILVA ALMEIDA, PAULO DO NASCIMENTO JUNIOR