Dados do Trabalho


Título

Edema Agudo de Pulmão por Pressão Negativa - Relato de Caso

Descrição

Introdução: Edema pulmonar por pressão negativa (EPPN) decorre da exacerbação da pressão negativa intratorácica após inspiração contra vias aéreas superiores (VAS) ocluídas, gerando desequilíbrio das forças de Starling entre alvéolos e capilares pulmonares e consequente extravasamento de líquido para interstício e alvéolos. Relatamos o caso de paciente submetida à anestesia geral, que apresentou EPNN secundário a laringoespamo. Relato: Paciente feminina, 24 anos, IMC 36,73 Kg/m², ASA II, sem comorbidades, alergias ou vícios, admitida para amigdalectomia eletiva. Em sala cirúrgica, monitorizada com cardioscopia, oximetria de pulso e pressão arterial não invasiva. Após pré-oxigenação a 100% e indução endovenosa (EV) com lidocaína 100 mg, fentanil 250 mcg, propofol 150 mg e rocurônio 50 mg, seguiu-se intubação orotraqueal com tubo 7,5 com cuff sem intercorrências. Manutenção anestésica com sevoflurano. No intraoperatório, apresentou altas pressões em vias aéreas e capnografia de padrão obstrutivo, com sibilos difusos e murmúrios basais abolidos. Feitas medidas para broncoespasmo: salbutamol 100 mcg/dose por via inalatória e hidrocortisona 500 mg EV, com melhora do quadro. Volume infundido de 1100 ml de cristaloide. Ao fim da cirurgia, descurarização com sugamadex 2 mg/kg EV e extubação. Essa seguida de estridor com silêncio respiratório e hipoxemia - laringoespasmo - tratado com ventilação com pressão positiva (VPP) sob máscara facial durante 15 minutos. Manteve saturação adequada com máscara não reinalante 12L com taquipneia leve. Em radiografia de tórax, atelectasias em bases e opacidade pulmonar difusa, achados compatíveis com edema agudo de pulmão. Encaminhada à UTI para vigilância respiratória e desmame de oxigênio, recebeu alta hospitalar no 4º dia. Discussão: O EPPN apresenta incidência de 0,1 a 11%, início rápido e resolução em 12 a 48 horas, sendo, em geral, tratado com medidas de suporte - desobstrução de VAS e oxigênio suplementar. Tem etiologia diversa, mas, em anestesiologia, destacam-se laringoespasmo, obstrução de VAS, mordida do tubo orotraqueal e bloqueio neuromuscular residual. Manifesta-se com hipoxemia, secreção rósea, sibilos, esforço respiratório, taquicardia. À radiografia, infiltrado intersticial difuso central. O EPPN é uma condição que pode agravar cirurgias de baixa morbidade e ocorre principalmente em pacientes jovens, como no caso relatado, devendo o anestesiologista saber reconhecer e tratar imediatamente tal complicação.

Referência 1

Lang AS, Duncan PG, Shephard DA et al. Pulmonary edema associated with airway obstruction. Can J Anesth, 1990;37: 116-120.

Referência 2

Visvanathan T, Kluger MT, Webb RK Crisis management during anaesthesia: laryngospasm. Qual Saf Health Care, 2005; 14:e3

Palavras Chave

edema pulmonar; Complicações Perioperatórias

Área

Gerenciamento de vias aéreas

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET INTEGRADO DA FAC.DE MEDICINA DO ABC - São Paulo - Brasil

Autores

LUAN FIGUEIREDO FERNANDES, MAYARA CRISTINA SANCHES, WHELLEN LIMA FISCHER, MARINA FERREIRA DO MONTE, NOEMIA ERNESTA VIEIRA GANDINE, ESTHER ALESSANDRA ROCHA