Dados do Trabalho

Título

Impacto da falha na extubação precoce tempo de anestesia prolongado em cirurgias de transplante cardíaco

Descrição

O transplante cardíaco é atualmente o tratamento padrão ouro para pacientes com doença cardíaca terminal, especialmente quando a terapia medicamentosa otimizada falha em proporcionar uma qualidade de vida adequada. Desde que o primeiro transplante cardíaco foi realizado em 1967, tanto as técnicas cirúrgicas quanto o manejo anestésico para transplantes evoluíram significativamente. Durante a cirurgia, o anestesista desempenha um papel crucial ao gerenciar a ventilação mecânica (VM), que, juntamente com a anestesia geral, é vital para assegurar a oxigenação adequada dos tecidos e a eliminação do dióxido de carbono, mantendo assim os órgãos vitais em condições ideais para o transplante. O desmame da VM representa uma fase desafiadora na recuperação de pacientes gravemente doentes. A falha no desmame ou a prolongação da ventilação mecânica podem aumentar o tempo de internação na UTI, os custos de saúde, além de elevar as taxas de morbidade e mortalidade. Este estudo tem como objetivo revisar os dados atuais sobre os fatores de risco associados à falha na extubação precoce após a cirurgia de transplante cardíaco. Para isso, foi realizada uma revisão narrativa da literatura na base de dados PUBMED em julho de 2024, utilizando os descritores (MESH) "Early Extubation" e "Heart Transplant" combinados pelo operador booleano "AND". Foram incluídos trabalhos que avaliassem o impacto da extubação precoce em pacientes cardíacos transplantados, desde que fossem textos completos, gratuitos e publicados nos últimos cinco anos. Excluíram-se estudos que não focassem em pacientes cardíacos transplantados, estudos em animais, revisões de literatura e resumos de eventos. No total, cinco trabalhos foram analisados. As causas de falha no desmame podem ser divididas em respiratórias ou cardíacas, embora a disfunção diafragmática esteja ganhando destaque. A disfunção cardíaca é um fator-chave, com o edema pulmonar induzido pelo desmame presente em aproximadamente 60% das falhas. Uma revisão sistemática com metanálise revelou que a falha no desmame da VM está associada a uma pior função diastólica do ventrículo esquerdo (VE) e ao aumento da pressão de enchimento do VE. Tanto a falha na extubação precoce quanto tardia estão associadas a um aumento significativo na permanência hospitalar e na mortalidade. Fatores de risco modificáveis, como a via de intubação e o tempo de extubação, juntamente com o tratamento de condições como paralisia do diafragma ou derrame pleural, podem ser áreas de foco para reduzir as falhas na extubação precoce. A extubação precoce após transplante cardíaco, quando bem conduzida, é segura e pode proporcionar benefícios clínicos e econômicos, além de permitir que mais transplantes ocorram em regiões com recursos limitados de terapia intensiva.

Palavras Chave

transplante cardíaco; intubação precoce; Anestesia