Dados do Trabalho


Título

Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva Contínua Intraoperatória: Uma Revisão Sistemática

Descrição

Justificativa e Objetivo: O monitoramento hemodinâmico fornece com precisão os dados vitais sobre a dinâmica cardiovascular, a fim de manter e regular tais parâmetros, melhorando a segurança do paciente. Diante disso, o monitor hemodinâmico não invasivo (MHNI) é um dispositivo capaz de obter o máximo de informações por meio de métodos minimamente invasivos, apresentando benefícios, principalmente, em cirurgias de baixo a médio risco, as quais não necessitam de uma monitorização contínua invasiva. Logo, essa ferramenta oferece um meio promissor de melhorar e simplificar a gestão dos cuidados perioperatórios, sendo uma alternativa segura e eficaz às técnicas tradicionais invasivas e às não-invasivas, porém, intermitentes. Diante do exposto esse trabalho tem o objetivo de avaliar o benefício da utilização de métodos de monitorização hemodinâmica não invasiva contínua no ambiente intraoperatório, quando comparados a outros métodos. Métodos: O presente estudo é uma revisão sistemática, realizada na base de dados PubMed. A estratégia de busca foi definida com os descritores: "non invasive hemodynamic monitoring" e "surgery", abrangendo ensaios clínicos randomizados, publicados na última década. Com tais filtros, foram encontrados 22 estudos, dos quais apenas 4 foram selecionados para análise completa, sendo excluídos aqueles que não completavam os critérios de inclusão estabelecidos. A qualidade dos estudos analisados variou, apresentando, no geral, baixo risco de viés. Os dados foram extraídos e sintetizados por um pesquisador no software Microsoft Excel. Resultados: Após análise inicial, 4 artigos foram selecionados para a revisão. Todos compararam a monitorização hemodinâmica não invasiva contínua com outra metodologia durante o ato cirúrgico. No total, 210 participantes foram incluídos e, em todos os trabalhos, houveram achados estatisticamente significativos. Em 3 dos 4 estudos, foram evidenciados benefícios em relação ao grupo controle: menor incidência (9% contra 18%; p = 0,002) e tempo (12 [4-20] contra 27 [16-34]; p = 0,001) em hipotensão, menor incidência de hipertensão (1% contra 6%; p = 0,037) e maior estabilidade hemodinâmica (p < 0,001). Contudo, um estudo apresentou achados contraditórios: incidência maior de episódios hipotensivos (3 (2−4) contra 1 (0−2), p = 0,001), maior dose intraoperatória de efedrina (0 (0−10) contra 0 (0−0) mg, p = 0.008). Conclusão: O uso da monitorização hemodinâmica não invasiva contínua apresenta um potencial benefício na diminuição de variações do status hemodinâmico do paciente em cirurgia. Contudo, existem dados conflitantes na literatura. Dessa forma, são necessários novos estudos e novas revisões com metanálise que possam averiguar a real influência dessas tecnologias, seja no intraoperatório, seja nos desfechos pós-operatórios.

Referência 1

Benes J, Haidingerova L, Pouska J, Stepanik J, Stenglova A, Zatloukal J,
Pradl R, Chytra I, Kasal E. Fluid management guided by a continuous non-invasive
arterial pressure device is associated with decreased postoperative morbidity
after total knee and hip replacement. BMC Anesthesiol. 2015 Oct 15;15:148. doi:
10.1186/s12871-015-0131-8. PMID: 26471495; PMCID: PMC4608292.

Referência 2

Kuhn JC, Hauge TH, Rosseland LA, Dahl V, Langesæter E. Hemodynamics of
Phenylephrine Infusion Versus Lower Extremity Compression During Spinal
Anesthesia for Cesarean Delivery: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled
Study. Anesth Analg. 2016 Apr;122(4):1120-9. doi: 10.1213/ANE.0000000000001174.
PMID: 26991619.

Palavras Chave

MONITORIZAÇÃO; Hemodynamic monitoring;

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Privado

Instituições

CET DE ANESTESIOL.DA UNIV.FED.DA PARAÍBA - Paraíba - Brasil

Autores

DAVI COUTINHO MARCELINO GUERRA LEONE, DANYELLE SOARES GOUVEIA DA SILVA, LORENNA MARINHO FERREIRA, RENAN VIEIRA COSTA, MÁRCIA ADRIANA DIAS MEIRELLES MOREIRA, CLEIDIANE ARAUJO DE CARVALHO