Dados do Trabalho
Título
Anestesia para endarterectomia carotídea, em paciente com estenose importante de artéria carótida contralateral, auxiliada por aparelho de monitorização de oximetria cerebral
Descrição
INTRODUÇÃO
Com o envelhecimento populacional, é possível constatar o número crescente de pacientes com doença ateromatosa carotídea e acidente vascular cerebral (AVC). O AVC possui relevância estatística de aproximadamente um caso a cada dois minutos no Brasil. Aumenta a morbimortalidade dos pacientes acometidos e os custos em saúde. A endarterectomia carotídea possui indicações específicas, e quanto maior o risco de doença cerebrovascular, maior a chance do paciente se beneficiar da intervenção cirúrgica.
RELATO DE CASO
Paciente R.A.F.T, sexo feminino, 72 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, AVC prévio em território carotídeo esquerdo com sequela motora. Possuía estenose de 80% na artéria carótida interna esquerda (ACIE) sintomática e estenose suboclusiva de artéria carótida interna direita (ACID). Dessa forma, indicada endarterectomia de ACID com implante de patch de pericárdio bovino. Paciente dá entrada no centro cirúrgico orientada, consciente, eupneica em ar ambiente e estável hemodinamicamente. Em sala, monitorizada com cardioscopia, oxímetro de pulso e pressão arterial invasiva, com meta para pressão arterial média (PAM) de 85mmHg. Foi optado pela anestesia geral com bloqueio de plexo cervical guiado por ultrassonografia. Procedimento realizado sem intercorrências, com necessidade de uso de noradrenalina até no máximo 0,07 mcg/kg/min, no intraoperatório. Além disso, realizada monitorização da oximetria cerebral com o monitor Foresight, objetivando valores de oximetria superiores a 75% bilateralmente. Ao término do procedimento, realizada extubação e constatado exame neurológico condizente com o prévio à cirurgia.
DISCUSSÃO
Nas cirurgias de endarterectomia carotídea, é possível utilizar diferentes técnicas anestésicas para o manejo, seja anestesia regional com sedação ou geral. A seleção da técnica é determinada em consonância com a equipe cirúrgica/anestésica, e pelas características individuais do paciente. O objetivo é permitir um despertar efetivo ao final do procedimento para um exame neurológico capaz de detectar precocemente um AVC. Além disso, é um procedimento que requer controle pressórico rigoroso, evitando oscilações pressóricas significativas. Desta forma, o uso de monitores capazes de transmitir informações acerca da perfusão cerebral permite um manejo anestésico mais preciso. A oximetria cerebral utiliza espectroscopia de infravermelho para detectar a saturação regional do oxigênio cerebral – por meio de uma almofada adesiva aplicada na região frontal. Estudos mostram que diminuições maiores ou iguais a 20% abaixo do valor basal durante o pinçamento carotídeo temporário previu AVC perioperatório. Apesar da sensibilidade poder variar com a individualidade dos pacientes, é uma ferramenta capaz de otimizar o cuidado perioperatório dos pacientes.
Referência 1
Números do AVC no Brasil e no mundo. Disponível em:
Referência 2
Anesthesia for carotid endarterectomy and carotid stenting. Disponível em:
Palavras Chave
ENDARTERECTOMIA; monitorização cerebral
Área
Anestesia Cardiovascular e Torácica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET S.A.HOSP.SERVID.PUBL.DE SP - São Paulo - Brasil
Autores
MONIQUE CALISTRATO ALMEIDA, ANA LUISA CARVALHO PORTILHO, LADYER DA GAMA COSTA, ANDRÉ VICTOR FERNANDES BARBALHO, VINICIUS FERNANDES SARMENTO, FRANCISCO NUNES DE ALENCAR NETO