Dados do Trabalho
Título
Bloqueio do plano eretor da espinha (ESP block) lombar como estratégia anestésica para osteossíntese de fêmur: relato de caso
Descrição
Introdução: o bloqueio do plano eretor da espinha (ESP block) representa um bloqueio de plano fascial (1), e o ESP block lombar pode ser utilizado para osteossíntese de fêmur, sendo comparável aos bloqueios do plexo lombar, do quadrado lombar e da fáscia ilíaca (1), com potencial eficácia analgésica e segurança (2).
Relato de caso: MBFG, 81 anos, sexo feminino, ASA III, em programação cirúrgica para osteossíntese de fêmur à direita após queda da própria altura; portadora de diabetes mellitus não insulino-dependente, hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo, insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (FE: 58%) e hipertensão pulmonar (PSAP: 50 mmHg), com histórico de infarto agudo do miocárdio e revascularização miocárdica (2004), angioplastia coronariana com colocação de stents coronarianos (2010) e de acidente vascular encefálico (2012); em uso contínuo de edoxabana (60 mg), com horário da última dose (menos de 24h) como contraindicação para realização de bloqueio de neuroeixo; ao entrar na sala de cirurgia, apresentava-se em regular estado geral, sonolenta, orientada, normotensa, hipocorada e desidratada; pelo estado clínico da paciente, foi optado por anestesia geral associada ao ESP block lombar; este bloqueio, realizado com auxílio de ultrassom, com administração de 20 mL de ropivacaína a 0,3% ao final do procedimento cirúrgico; após extubação, encaminhada para unidade de terapia intensiva e acompanhada pela equipe da dor, com controle álgico avaliado através da escala numérica verbal da dor (ENV) e, indiretamente, pela necessidade de opioides fortes de resgate; após 72 horas de acompanhamento, a paciente manteve controle satisfatório da dor, sem a necessidade de uso de opioides.
Discussão: atualmente, o ESP block é um tema de significativo interesse clínico na anestesia regional, sendo uma alternativa analgésica eficaz, de fácil aplicabilidade e com baixas taxas de complicação (1), e o ESP block lombar é considerado potencialmente útil no manejo anestésico para osteossíntese de fêmur, especialmente em situações em que há contraindicação ao bloqueio de neuroeixo (2). Contudo, a literatura que sugere o uso deste bloqueio se baseia em relatos de caso ou séries de caso, corroborando, assim, a necessidade de evidências científicas mais robustas (2).
Referência 1
Campbell, Sinead; Chin, Ki Jinn. Erector spinae block: beyond the torso. Current Opinion in Anaesthesiology 35(5):p 600-604, October 2022. | DOI: 10.1097/ACO.0000000000001181.
Referência 2
Kaciroglu A, Ekinci M, Dikici M, Aydemir O, Demiroluk O, Erdogan D, Golboyu BE, Alver S, Ciftci B, Gurbuz H. Lumbar erector spinae plane block versus infrainguinal fascia iliaca compartment block for pain management after total hip arthroplasty: a randomized clinical trial. Pain Med. 2024 Apr 3;25(4):257-262. doi: 10.1093/pm/pnad166. PMID: 38127974.
Palavras Chave
Osteossíntese de fêmur; ESP block; anestesia regional
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil
Autores
ARTUR MENEZES MARSICANO DE ARAUJO, MARCELO RIBEIRO DE MAGALHAES QUEIROZ, MAYCON LUIZ SILVA OLIVEIRA, LUCAS DE SOUZA LIMA, ANDERSON ROMARIO ALMEIDA DE SOUZA