Dados do Trabalho


Título

ANESTESIA INTRAVENOSA E INALATÓRIA NA CIRURGIA DE CÂNCER DE MAMA: A ESCOLHA DA TÉCNICA TEM RELAÇÃO COM O PROGNÓSTICO?

Descrição

INTRODUÇÃO: O Câncer de mama (CAM) é o tipo mais prevalente de câncer no Brasil. Devido à cascata de fatores imunológicos provocada, as técnicas anestésicas utilizadas na cirurgia de ressecção podem estar ligadas à reincidência do CAM e da ocorrência de metástases, sendo as mais utilizadas a intravenosa e a inalatória. OBJETIVOS: Avaliar o impacto das técnicas anestésicas inalatórias e intravenosas na ocorrência e recorrência de metástase no pós-operatório (PO) de CAM. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura envolvendo os últimos 10 anos, tendo sido usadas as bases de dados MEDLINE, Scielo e LILACS, com os descritores em inglês: ‘‘Inhalation anesthesia’’, ‘‘Intravenous anesthesia’’ e ‘‘breast cancer’’, associado com o operador booleano AND. Foram incluídos apenas ensaios clínicos randomizados que compararam por meio de marcadores imunológicos. A pesquisa foi realizada por 2 revisores, seguindo o protocolo PRISMA. RESULTADOS: após a busca, foram encontrados 14 artigos, aos quais se seguiram as etapas de seleção segundo protocolo, selecionados 5 após aplicação dos critérios. Destes, 2 mediram marcadores específicos de NETose (mieloperoxidase (MPO) e histona H3 citrulinada (H3Cit)); 2 a expressão de células natural killers (NK) e células T citotóxicas (CT); e 1 marcadores de angiogênese (VEGF-C e TGF-β), comparando anestésicos inalatórios com anestésicos intravenosos. A maioria dos estudos dividiram os pacientes em dois grupos de acordo com o anestésico: Propofol (P) e Sevoflurano (S), enquanto em dois estudos foi feita a divisão em 4 grupos para análise, incluindo os grupos anteriores e mais dois com o uso associado de lidocaína. Para medir os marcadores, todos os estudos fizeram coletas de sangue antes da indução e no pós-operatório, com variação de 1h até 24h. Quanto aos marcadores de NETose, a incorporação da lidocaína implicou em redução pós-operatória de H3Cit e MPO em relação aos grupos P e S. Em relação a angiogênese, o grupo P teve inibição do aumento da concentração de VEGF-C após a cirurgia em comparação ao grupo S. Os dois métodos produziram efeitos semelhantes na liberação de TGF-β. Com referências às células NK e CT, há discrepância nos resultados, pois enquanto um estudo não encontrou diferença significativa entre os grupos, outro afirma que o grupo P teve maior citotoxicidade de NK comparado ao grupo S. Um estudo ainda avaliou que a sobrevivência livre de recorrência após 2 anos foi maior no grupo propofol. CONCLUSÃO: Pacientes submetidos à anestesia intravenosa com P tiveram inibição na liberação de VEGF, mas no TGF-β não houve diferença. A expressão de NK, CT e a taxa de recorrência do CAM não obtiveram resultados conclusivos, necessitando de estudos adicionais. Não houve diferença no aumento de liberação de NEToses entre os grupos, mas, quando na presença de lidocaína houve redução no aumento PO.

Referência 1

Galoș EV, Tat TF, Popa R, Efrimescu CI, Finnerty D, Buggy DJ, Ionescu DC, Mihu CM. Neutrophil extracellular trapping and angiogenesis biomarkers after intravenous or inhalation anaesthesia with or without intravenous lidocaine for breast cancer surgery: a prospective, randomised trial. British Journal of Anaesthesia. 2020 Nov;125(5):712-721.

Referência 2

Zhang W, Liu J, Li X, Bai Z, Sun Y, Chen X. Lidocaine effects on neutrophil extracellular trapping and angiogenesis biomarkers in postoperative breast cancer patients with different anesthesia methods: a prospective, randomized trial. BMC Anesthesiol. 2024 Apr 27;24(1):162.

Palavras Chave

anestésicos; Câncer de Mama;

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Privado

Instituições

CET DE ANESTESIOL.DA UNIV.FED.DA PARAÍBA - Paraíba - Brasil

Autores

VANESSA ARAÚJO ALVES, ANA KAROLINA BENTO DA SILVA, LEONARDO TORREÃO BEZERRA CAVALCANTI, MARCIA ADRIANA DIAS MEIRELLES MOREIRA, MARIA PAULA CAVALCANTI CARNEIRO BRAGA, CLEIDIANE ARAÚJO DE CARVALHO