Dados do Trabalho
Título
CORRELAÇÃO DE ANEMIA COM COMPLICAÇÕES PÓS- OPERATÓRIAS E MORTALIDADE HOSPITALAR EM IDOSOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURAS DE FÊMUR PROXIMAL
Descrição
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A expectativa populacional está crescendo nos últimos anos, levando ao aumento da quantidade de doenças crônico-degenerativas na população brasileira. Nesse contexto, a osteoporose tem sido um importante agravo em saúde por aumentar a probabilidade de um grupo de enfermidades graves, as fraturas de fêmur proximal. Portanto, aumentam o número de intervenções na população idosa já que o tratamento é prioritariamente cirúrgico. A taxa de mortalidade relacionada à fratura do fêmur proximal em idosos é de 12% a 37% após um ano do evento. Um dos principais fatores de risco frequentemente relatados é o nível de hemoglobina. Diante disso, é importante ressaltar que os baixos níveis de hemoglobina são preditores modificáveis de mortalidade e mensurados por testes amplamente disponíveis o que torna esse estudo de grande importância para estabelecer os dados epidemiológicos de um hospital terciário especializado em trauma.
MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional, analítico, que compreendeu a formação de uma coorte constituída por idosos submetidos a tratamento cirúrgico de fratura proximal do fêmur num hospital terciário. Os dados foram coletados após revisão de prontuário, analisando-se características demográficas e clínicas pré-existentes ao internamento; intercorrências clínicas relacionadas ao período pré-operatório; características clínicas do intraoperatório e complicações relacionadas ao pós-operatório.
RESULTADOS: As intercorrências clínicas relacionadas ao período pré-operatório mais prevalentes foram episódios de agitação, pneumonia e infecção do trato urinário. O valor médio da hemoglobina pós-operatória foi mais baixo no grupo de pacientes que foram a óbito hospitalar e esse resultado foi estatisticamente significante. Ademais, foi relevante nesse estudo a queda de hemoglobina após o procedimento cirúrgico da fratura de fêmur proximal, em torno de 2g/dL quando comparada a média de hemoglobina pré-operatória e a pós-operatória, encontrando significância estatística. As variáveis dias de internamento, intervalo para cirurgia, demência, pneumonia pós-operatória, sepse pós-operatória, insuficiência renal aguda no pós-operatório, UTI no pós-operatório e creatinina alterada no pós-operatório estão associadas de forma independente a ocorrência de óbito hospitalar.
CONCLUSÕES: Baseado em nossos resultados, podemos identificar fatores de risco modificáveis para o desfecho de óbito hospitalar importantes como dias de internamento e intervalo para cirurgia, permitindo a realização de medidas para diminuir esses períodos, diminuindo esse desfecho. Além de fatores como demência pré-operatória que favorecem a identificação de um grupo com maior potencial de complicações no pós-operatório que deve ser considerado com mais atenção. As complicações pós-operatórias destacadas como pneumonia, sepse, insuficiência renal aguda e creatinina alterada devem ser constantemente vigiadas e em caso de suspeita prontamente tratadas.
Referência 1
MATTOS, C. A. et al. Reprodutibilidade das classificações de Tronzo e AO para
fraturas transtrocanterianas. Revista Brasileira de Ortopedia, 2015,v. 50, n. 5,
p. 495-500.
Referência 2
APRATO, A. et al. No rest for elderly femur fracture patients: early surgery and
early ambulation decrease mortality. Journal of Orthopaedics And
Traumatology, 2020, v. 21, n. 1, p. 1-4.
Palavras Chave
ANESTESIA ORTOPEDICA; ANESTESIA GERIATRICA
Área
Sistema Hematológico, Coagulação, Transfusão, Reposição Volêmica e PBM
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
RESIDÊNCIA - INSTITUTO DR JOSÉ FROTA CE - Ceará - Brasil
Autores
RAQUEL ESPINOLA SALDANHA, ANGELINE MARIA HOLANDA PASCOAL DA SILVA, DANIELLE MAIA HOLANDA DUMARESQ, DANIELLE CRISTINA DE OLIVEIRA SOARES, MARILMAN MACIEL BENICIO ZAN, MARIA CLARA HOLANDA DUMARESQ