Dados do Trabalho
Título
MANEJO DE VIA AÉREA DIFICIL EM CRIANÇA GRANDE QUEIMADO: RELATO DE CASO
Descrição
Introdução: Proteger as vias aéreas constitui uma parte crítica em intervenções reconstrutivas de pacientes que apresentam contratura grave da cicatriz mentoesternal pós-queimadura. Quando a hiperextensão cervical e a elevação da mandíbula são impedidas, a contratura pós-queimadura do pescoço pode dificultar a intubação endotraqueal. O desenvolvimento de tecido cicatricial rígido que distorce a anatomia laríngea e mandibular ou o desenvolvimento de microstomia após retração do tecido cicatricial em queimaduras faciais, pode tornar as abordagens alternativas à laringoscopia direta desafiadoras. Neste relato, apresentamos um caso de contratura pós-queimadura em que foi planejada intubação com videolaringoscópio.
Relato do caso: Paciente gênero masculino, 6 anos, 22.7 kg, apresentando cicatrizes hipertróficas secundárias a queimadura por álcool em região facial, cervical, torácica e abdominal com restrição de movimentos do pescoço e adução dos ombros além de deformidade em face impedindo a oclusão total da boca. Jejum adequado, internado para realizar lise de aderências em região axilar. Ao exame de via aérea: abertura bucal diminuída, Mallampati de impossível visualização, extensão cervical limitada. Disponibilizado em sala cirúrgica fibrobroncoscópio óptico flexível, videolaringoscópio, laringoscópio, dispositivos auxiliares (guedel, atomizador, bougie) e material para reanimação cardiorrespiratória. Após nível de sedação adequada com 1 mcg/kg de dexmedetomidina em 10 minutos, cetamina 1mg/kg e lidocaína 1mg/kg, realizada videolaringoscopia e anestesia periglótica com 10 ml de lidocaína 1% por atomizador. Garantida ansiólise, atenuação dos reflexos de vias aéreas e ventilação espontânea, realizado intubação orotraqueal por videolaringoscopia com auxílio do bougie, com tubo nº 5,0 com cuff, confirmada por capnografia e, então, indução venosa com propofol 4 mg/kg e rocurônio 0,6 mg/kg. Paciente extubado em sala sem intercorrências e encaminhado a SRPA.
Discussão: Planejamento anestésico, preparo antecipado de fármacos e dispositivos de via aérea além da cooperação entre equipes são determinantes no sucesso anestésico de pacientes com via aérea difícil (VAD). A diretriz da Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) fornece uma série sequencial de planos para serem utilizados no manejo de VAD em que se prioriza oxigenação e limite do número de tentativas afim de minimizar trauma e eventos adversos. O algoritmo para pacientes pediátricos destaca as três principais ferramentas para o manejo de criança com VADs: vias aéreas supraglóticas, intubação com broncoscópio flexível e videolaringoscopia. Meta-análises de estudos randomizados demonstraram que a videolaringoscopia em pacientes com previsão de VAD aumenta as visualizações da laringe e o êxito da intubação na primeira tentativa, em comparação com a laringoscopia direta. Esses dispositivos podem ser combinados se falharem individualmente.
Referência 1
Misha D, Chakole V, Dev P.MANEJO DE VIA AÉREA DIFICIL EM CRIANÇA GRANDE QUEIMADO. Cureus,2022
Referência 2
Apfelbaum JL, Hagberg CA, Ponnys RT et al. Diretrizes práticas para o manejo de vias aéreas
Palavras Chave
Via aérea difícil; grande queimado; MANEJO DE VIA AÉREA
Área
Gerenciamento de vias aéreas
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
RESIDÊNCIA - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETULIO VARGAS FACULDADE DE MEDICINA UFAM - Amazonas - Brasil
Autores
ITALO ALMEIDA CABRAL, ITALO ALMEIDA CABRAL, DAIANA BUENO DE SOUSA BARROSO, DAIANA BUENO DE SOUSA BARROSO, EDUARDO LONGO CARVALHO, EDUARDO LONGO CARVALHO, SOLANGE COSTA NOVO CABRAL, SOLANGE COSTA NOVO CABRAL, MAYARA DA SILVA FERREIRA DI TOMMASO, MAYARA DA SILVA FERREIRA DI TOMMASO