Dados do Trabalho


Título

Hipotensão Severa Refratária Durante Ressecção Transuretral (RTU) Vesical Fragmentação da Ponta do Ressectoscópio Com Laser e Seus Efeitos Cardiovasculares.

Descrição

Introdução: O desacoplamento da ponta do ressectoscópio, baquelite, durante o procedimento de RTU representa um grande desafio para equipe médica. Muitas técnicas foram descritas na literatura para evitar sua retirada por laparotomia, neste caso foi utilizado a fragmentação por laser.
Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 72 anos, hipertenso em uso de anlodipino e ramipril, submetido a RTU vesical sob raquianestesia e sedação com bolus único de midazolam e fentanil, sem necessidade de uso de vasopressor após anestesia. No decorrer do ato cirúrgico, houve desacoplamento do baquelite inviabilizando sua retirada íntegra. Foi optado pelo uso de laser para sua fragmentação. Durante o procedimento o paciente apresentou hipotensão severa, não responsiva à administração endovenosa de efedrina e pouca resposta a fenilefrina. Ao término da fragmentação, paciente tornou-se responsivo aos vasopressores e retomou estabilidade hemodinâmica, sem intercorrer hipotensão durante o término do procedimento e durante a observação na sala de recuperação pós anestésica. Considerando a falta de resposta aos agentes vasopressores e a excepcionalidade do procedimento, levantou-se a hipótese de liberação de substâncias pelo baquelite que induzem efeitos cardiovasculares significativos, como a vasodilatação e hipotensão. Conclusão: Este relato de caso destaca a importância de considerar a composição dos materiais médicos utilizados e os possíveis efeitos adversos durante procedimentos cirúrgicos, principalmente naqueles que podem se desacoplar na cavidade do paciente durante o procedimento. O anestesiologista deve estar preparado para manejar complicações inesperadas e deve ter um plano de ação claro para complicações hemodinâmicas, como a hipotensão severa não responsiva a vasopressores comuns. Além disso, a colaboração estreita com a equipe cirúrgica é fundamental para a rápida identificação e solução de problemas, minimizando o risco de complicações graves. Este caso também sublinha a importância da educação contínua e do treinamento para reconhecer e responder a eventos adversos raros, promovendo a segurança e o bem-estar dos pacientes.

Referência 1

Bansal A, Yadav P, Kumar M, et al. Foreign Bodies in the Urinary Bladder and Their Management: A Single-Centre Experience from North India. Int Neurourol J. 2016;20(3):260-269.

Referência 2

Athayde J, Papanikolaou F. Flexible cystoscope retrieval of detached resectoscope sheath beak. Can Urol Assoc J.2017;11(3-4):E124-E125.

Palavras Chave

Rtu; Hipotensão; Complicações Perioperatória;

Área

Anestesia Regional

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Hospital Fundação Hospitalar São Francisco de Assis - Minas Gerais - Brasil

Autores

HELUMA KIISTER BITENCOURT, PAULO CESAR ABREU SALES, FABIOLA SANTIAGO OLIVEIRA, ARTHUR ARAÚJO SALGADO RIBEIRO, GUSTAVO HENRIQUE ABREU CAETANO, APARECIDA HELENA HORTA PERDIGÃO