Dados do Trabalho


Título

ANESTESIA SOB O CONTEXTO DE ACRETISMO PLACENTÁRIO

Descrição

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A hemorragia pós-parto (HPP) é considerada como sendo a maior causa mundial de morte materna. Dentre as diversas etiologias específicas de HPP, o espectro do acretismo placentário (EPA) vem se destacando devido ao aumento de sua incidência e morbimortalidade maternas. Sua elevada incidência tem sido relacionada ao aumento de procedimentos cirúrgicos no útero e a crescente taxa de cesarianas. MÉTODO: Realizou-se uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science, abrangendo o período de 2014 a 2023. Utilizaram-se descritores como "acretismo placentário", "anestesia obstétrica", "hemorragia pós-parto" e "manejo anestésico". Foram incluídos estudos originais, revisões sistemáticas e meta-análises, excluindo artigos não relacionados, em idiomas diferentes de inglês, português e espanhol, e duplicados. A análise dos dados foi qualitativa, sintetizando achados e recomendações práticas para o manejo anestésico do acretismo placentário. RESULTADOS: O EPA é uma das causas que impõe maior dificuldade cirúrgica, principalmente quando associada ao acometimento de órgãos adjacentes. O planejamento anestésico para cirurgias durante o período gestacional deve avaliar tanto as modificações que ocorrem nesse período quanto às modificações decorrentes da patologia cirúrgica. Havendo o diagnóstico prévio do EPA, pode-se lançar mão do preparo pré-operatório, visando à reserva de hemoderivados, garantia de acessos calibrosos, preparo de drogas vasoativas e pressão arterial invasiva, se necessário. Na impossibilidade do diagnóstico prévio, torna-se imprescindível a coordenação de cuidados das equipes para que as medidas necessárias ocorram sem demora. Dentre as técnicas anestésicas destaca-se o bloqueio de neuro-eixo (raquianestesia e peridural) e a anestesia geral. Nessa primeira técnica, há vantagens de permitir que a gestante permaneça acordada, participando do procedimento, além de reduzir o risco de aspiração gástrica e de perda sanguínea, e oferecer maior analgesia pós-operatória, devido a possibilidade do uso de opióides no espaço intratecal ou epidural. Sua desvantagem inclui os efeitos colaterais relacionados ao bloqueio, como hipotensão, bradicardia e vasodilatação periférica, além de apresentar duração limitada. A anestesia geral, por sua vez, é geralmente indicada na presença de hemorragia descontrolada e anormalidades de coagulação; e torna-se uma alternativa segura para o feto, principalmente se utilizadas drogas que ultrapassam de forma mínima a barreira uteroplacentária, e também para a mãe, por promover estado de inconsciência com supressão da dor, com duração que será determinada pelo fluxo contínuo de anestésico. CONCLUSÃO: Diante do exposto, nesses casos, a atuação deve ser multidisciplinar, visando a minimizar os riscos e garantir o bem-estar materno e fetal.

Referência 1

Choi, J ; Germond, L; Santos, AC. Obstetric Regional Anesthesia-NYSORA (2023).

Referência 2

Reale, SC, Farber, MK. Manejo de pacientes com espectro suspeito de placenta acreta. BJA Education (2022) 22, 43–51.

Palavras Chave

acretismo placentário; Manejo Anestésico; hemorragia pós parto

Área

Anestesia Obstétrica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Hospital fundação hospitalar São Francisco de Assis - Minas Gerais - Brasil

Autores

FABÍOLA OLIVEIRA SANTIAGO, HELUMA KIISTER BITENCOURT, ARTHUR ARAUJO SALGADO RIBEIRO, BRENDA SANCHES CORSINI BARROS, IRIS TOFANO SERRA, PAULO CESAR ABREU SALES