Dados do Trabalho
Título
BLOQUEIOS PERIFÉRICOS DO MEMBRO INFERIOR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Descrição
INTRODUÇÃO Os bloqueios periféricos do membro inferior foram por muito tempo preteridos em função dos bloqueios de neuroeixo. Uma população mais idosa, multi mórbida e anticoagulada, bem como a crescente adoção de pós-operatório fast track e manejo de dor aguda e crônica conferem destaque aos bloqueios de membro inferior. Os principais nervos de interesse para o anestesista na prática geral são o femoral, safeno e ciático. OBJETIVO Apresentar e discutir as principais técnicas de bloqueio anestésico periférico do membro inferior presentes no cotidiano do anestesista. METODOLOGIA Foram utilizadas como bases de dados: Scielo, PubMed, Embase. Utilizaram-se os seguintes termos em destaque: bloqueios periféricos; membro inferior; anestesia regional; ultrassonografia, bem como seus correlatos na língua inglesa. Foram incluídos artigos científicos e revisões sistemáticas publicados nos últimos 30 anos que abordavam diretamente a anatomia, execução e aplicabilidade clínica dos bloqueios de membro inferior. DISCUSSÃO Nervo Femoral Confere anestesia da porção anterior do fêmur, quadril e joelho, bloqueio motor do quadríceps e, via território do nervo safeno, bloqueio da sensibilidade da porção ântero medial da perna. O paciente é colocado em posição supina com a perna ligeiramente rodada externa. O transdutor é colocado no nível da prega inguinal, possibilitando a visualização das estruturas do trígono femoral. O nervo femoral apresenta-se como uma estrutura hiperecoica póstero lateral aos vasos. Nervo Safeno Provém anestesia sensitiva para a porção ântero medial da perna, tornozelo e pé. Frequentemente associado ao bloqueio do nervo ciático. Requer-se o paciente em posição supina, com o membro inferior rodado externamente e o joelho discretamente fletido. O transdutor é posicionado sobre a porção medial da coxa na transição entre seus terços médio e inferior. Visualiza-se a artéria femoral em posição sub sartorial e o nervo anterolateralmente a ela. Nervo Ciático As abordagens mais comuns são glútea e poplítea. Ao nível da prega glútea o nervo apresenta-se mais superficial e facilmente agulhável emergindo por baixo da borda inferior do músculo glúteo máximo. Para a abordagem glútea o paciente deve ser posicionado em decúbito lateral com o membro a ser bloqueado levemente fletido. O nervo ciático é visto como estrutura grande e hiperecogênica em íntimo contato com os músculos glúteo máximo e adutor magno. Para a via poplítea o paciente pode ser abordado em supino com joelho discretamente fletido, decúbito lateral e mesmo decúbito ventral. O transdutor é colocado ao nível da prega poplítea, lateral ao músculo bíceps femoral, permitindo a visualização das artéria e veia poplíteas e o nervo hiperecóico posterolateralmente. CONCLUSÃO O domínio técnico e boa prática (identificação, agulhamento e infiltração eficaz) dos bloqueios básicos apresentados permitem a resolução de grande maioria dos casos em membro inferior.
Referência 1
Enneking FK, Chan V, Greger J, Hadzic A, Lang, Horlocker TT. Lower-Extremity Peripheral Nerve Blockade: Essentials of Our Current Understanding. Regional Anesthesia and Pain Medicine, Vol 30, No 1 (January–February), 2005: p 4–35
Referência 2
Hadzic A, Chin KJ. NYSORA Textbook of Regional Anesthesia and Acute Pain Management. McGraw-Hill Education / Medical; 1st edition; 2015
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
CET DEP.ANEST.DOR E MED.INT.EPM/UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
RENATO TAVARES BELLATO, LUCAS PEREIRA REZENDE, MARIA JULIA ANDRADE, CAMILA PEREIRA ZUCONI, FLAVIO FERNANDES, PEDRO ISMAEL