Dados do Trabalho


Título

INTUBAÇÃO OROTRAQUEL ACORDADO EM PACIENTE COM PREDITORES DE VIA AÉREA DIFÍCIL EM UM CENÁRIO DE ABDOME AGUDO PERFURATIVO

Descrição

INTRODUÇÃO ; A intubação orotraqueal (IOT) acordada envolve a colocação de um tubo endotraqueal em um paciente respirando espontaneamente, acordado ou levemente sedado, mais comumente com um endoscópio de intubação flexível ou videolaringoscópio. A IOT acordada deve ser considerada para pacientes com dificuldade prevista no manejo das vias aéreas ou que podem não tolerar a fase apneica após paralisia neuromuscular.
CASO: MlS 63 anos, has, dm, obesidade ( peso 96kg, altura : 165cm), dpoc com uso de O2 suplementar continuo em domicílio, estava em 5º dia de pós-operatório osteossíntese de tornozelo direito quando iniciou quadro de obstipação intestinal, sendo realizado medidas clínicas e posteriormente lavagem intestinal com clister glicerinado; evoluiu com piora clínica e no 6º dia pós operatório apresentava quadro de dor abdominal, náuseas, vômitos abundantes e distensão abdominal. Em complementação diagnóstica com tomografia de abdome apresentava: moderado pneumoperitonio; distensão liquido gasosa importante, com pneumatose intestinal principalmente em alcas de delgado; pequena quantidade de liquido livre. Equipe cirurgica decidiu realizar abdordagem cirurgica. Em avaliação pré-anestésica paciente em O2 suplementar 4l/min sato2 88%, em decúbito elevado 45º, pressão arterial média de 68mmhg, fc 101bpm, consciente e orientada, , apresentando vômitos fecalóides,. Avaliação de via aérea : mallampati IV, retrognata, distância esterno-mento <12,5 cm, classe III de anteriorização de mandibula, abertura bucal diminuida. Pelo quadro clinico apresentado e presença de preditores de via aérea difícil decidimos juntamente com a colaboração da paciente realizar intubação orotraqueal acordada. Em sala cirurgica após monitorização não invasiva, mantivemos O2 suplementar oferecida a paciente com fluxo de 5l/min, cabeceira elevada, iniciado anestesia tópica com Lidocaina 4% utilzando atomizador em região de palato mole, faringe posterior, pilares amigdalianos e recessos piriformes, após utilizado um depressor de língua e aplicado pomada de lidocaina 5% na região posterior de base de lingua com objetivo de anestesiar base da lingua, valécula e epiglote. Após paciente abordagem de via aérea realizado Videolaringoscopia e notado Cormack-lehane IIIA; posicionado tubo orotraqueal 7,5 com cuff (guiado) em abertura epiglótica realizado hipnose (propofol 140mg ) e bloqueador neuromuscular (rocurônio 100mg) e posicionado endotraqueal ; confirmado com curva de capnografia; manutençao de anestesia com sevoflurano 2%. Permaneceu estável durante todo transcorrer cirurgico , encaminhado à UTI em IOT sem uso de DVA
Discussão/Conclusão: Em cenários de emergência a presença de preditores de via aérea difícil pode ser um momento desafiador na atuação do anestesiologista. O melhor planejamento da anestesia visa a manutenção de um cenário tranquilo para binômio paciente- via aérea. A abordagem de IOT acordado no presente caso apresentado mostrou-se a alternativa mais segura.

Referência 1

AHMAD, I. et al. Difficult Airway Society guidelines for awake tracheal intubation (ATI) in adults. Anaesthesia, v. 75, n. 4, p. 509–528, 2020.

Referência 2

RAO, P. N.; SOFFIN, E. M.; BECKMAN, J. D. Comparative review of airway anesthesia and sedation methods for awake intubation. Current opinion in anaesthesiology, v. 36, n. 5, p. 547–559, 2023.

Palavras Chave

Intubação acordada; Via aérea difícil; Emergência

Área

Gerenciamento de vias aéreas

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET IPAR - ITAPEVI - SÃO CAMILO POMPÉIA - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS SOUZA LIMA , MARCELO RIBEIRO MAGALHÃES QUEIROZ , ANDERSON ROMÁRIO ALMEIDA SOUZA, LUCAS VENDRAMINI RIMI, FELIPE MALDONADO CARVALHO