Dados do Trabalho


Título

PENG BLOCK para cirurgia ortopédica de fêmur em paciente com hidrocefalia e derivação ventrículo-peritoneal: Relato de caso

Descrição

INTRODUÇÃO: A realização de bloqueio subaracnoideo em pacientes portadores de derivação ventrículo peritoneal (DVP) não é unânime. Pacientes com história de hipertensão intracraniana e sequelas neurológicas incitam abordagens cautelosas, especialmente no manejo do neuroeixo. Nesse contexto, abordagens que garantam analgesia satisfatória ganham relevância em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos complexos, em que o manejo da dor é determinante na recuperação dos pacientes. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 34 anos, com quadro de hidrocefalia, tratada com DVP na infância, e sequela isquêmica do lado direito. Admitido para realização de osteossíntese de fratura de colo do fêmur à esquerda. Negava outras comorbidades e alergias. Realizado posicionamento, venóclise e monitorização padrão (ECG, oximetria de pulso, PANI, BIS, capnografia). Procedeu-se com pré-oxigenação por 5 minutos e intubação orotraqueal após indução com fentanil 250mcg, rocurônio 80mg e propofol 150mg, sem intercorrências. Feita manutenção com anestesia geral balanceada com sevoflurano 1% e Remifentanil 0,1mcg/kg/min, associada a realização de PENG BLOCK guiado por USG com injeção de ropivacaína 0,5% 20mL. Durante o transoperatório, não apresentou sinais clínicos sugestivos de controle álgico insatisfatório, mantendo estabilidade hemodinâmica. No pós-operatório imediato e tardio (24 horas), manteve-se com níveis álgicos baixos-moderados (4 e 6, na escala de 10, respectivamente), sem necessidade de opioides de resgate, permitindo deambulação e alta precoces. DISCUSSÃO: A escolha da técnica anestésica em portadores de DVP e sequelas neurológicas deve ser feita com a análise de riscos e benefícios, levando-se em consideração a segurança e satisfação do paciente. Apesar de a realização de bloqueios de neuroeixo não ter contraindicação absoluta nesse perfil de pacientes, sua utilização ainda é controversa na literatura. A associação de novas abordagens anestésicas, como bloqueios regionais, fornecem controles álgicos adequados e se mostram seguras nesse cenário.

Referência 1

P. García Casas, M. Echevarría Moreno, Neuraxial anaesthesia in patients with cerebrospinal fluid shunts: A descriptive review, Revista Española de Anestesiología y Reanimación (English Edition), 10.1016/j.redare.2024.02.010, (2024).

Referência 2

Polesello GC, Saú AS, Rudelli M, Junior WR, Rabelo NDDA. Accuracy of Hip Pericapsular Nerve Block (PENG) without Ultrasound Aid in Patients with Hip Pain. Rev Bras Ortop (Sao Paulo). 2023 Dec 8;58(6):e932-e938. doi: 10.1055/s-0043-1776909. PMID: 38077758; PMCID: PMC10708984.

Palavras Chave

Analgesia regional; raquianestesia; Analgesia

Área

Anestesia Regional

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

CET HOSPITAL REGIONAL DO GAMA - HRG - Distrito Federal - Brasil

Autores

JOAO VITOR FERREIRA GONZATTI, MATHEUS SAMPAIO MATOS, LUCAS ERNESTO DO REGO CASTRO, ELIALBA FARIAS CASCUDO, MARCELO CARNEIRO DA SILVA