Dados do Trabalho
Título
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR MACIÇO: DIAGNÓSTICO E CONSEQUÊNCIAS DA TROMBÓLISE INTRAOPERATÓRIA
Descrição
INTRODUÇÃO
O tromboembolismo pulmonar (TEP) ainda permanece sendo um desafio na prática clínica. É responsável por cerca de 50mil óbitos por ano nos EUA e possui mortalidade de 12% na primeira hora do evento. Os mecanismos responsáveis pela trombose não estão totalmente elucidados e a clássica tríade de Virchow parece não justificar todos os mecanismos.
O objetivo deste trabalho é relatar um caso de TEP ocorrido no intraoperatório de cirurgia ortopédica, tratado com trombólise química, considerando suas indicações e contraindicações.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 75 anos, ASA II, hipertensa, tabagista, internada para osteossíntese transtrocanteriana em uso de heparina de baixo peso molecular em dose profilática. Realizado duplo bloqueio lombar utilizando bupivacaína isobárica 10mg e inserção de cateter peridural sem complicações, sedada com midazolam e fentanil. Após 30 minutos de cirurgia, a paciente apresentou dispneia e hipotensão com posterior taquicardia, evoluindo para bradicardia e parada cardiorrespiratória. Prosseguimos às manobras cardiopulmonares, intubada, realizado punção venosa central e de linha arterial. Iniciado infusão contínua de adrenalina e noradrenalina. Realizado ecocardiograma evidenciando aumento de câmaras direitas e abaulamento do septo interventricular para esquerda.
Após 5 paradas cardiorrespiratórias com duração aproximada de 6-10 minutos, considerando a importante instabilidade hemodinâmica da paciente e a hipótese de TEP, foi optado por trombólise. Tal medida manteve a paciente estável, cessando as paradas cardíacas sequenciais. Encaminhada ao CTI, entretanto faleceu após 8h do procedimento.
DISCUSSÃO
O TEP é uma complicação comum em cirurgias ortopédicas. O tratamento, em centros especializados, envolve trombectomia mecânica ou terapia trombótica intra-arterial. Entretanto, o uso de trombólise química ainda é o tratamento de opção nos hospitais sem suporte da cirurgia cardíaca.
Sabe-se que cirurgia recente é contraindicação de trombólise pelo alto risco de hemorragia maciça, porém existem situações ameaçadoras da vida em que essa terapia mostrou grande potencial na mudança do desfecho clínico, tornando-se contraindicação relativa.
A paciente relatada cessou os eventos de parada cardiorrespiratória logo após início da infusão de alteplase, permanencendo estável hemodinamicamente com infusão de aminas. Apesar disso, o sítio cirúrgico não era passível de mais compressão e não possibilitava o uso de torniquete, o que a levou a sangramento intenso. Mesmo demonstrando melhora da instabilidade hemodinâmica, a paciente evoluiu tardiamente com grande hemorragia pela ferida operatória e faleceu após 8h do procedimento.
Referência 1
1. Kostetskiy, I. V., et al. "Case of intersurgical acute massive pulmonary embolism with successful thrombolysis therapy." Oxford Medical Case Reports 2016.8 (2016): omw060.
Referência 2
2. Pimenta, Karina Bernardi, and Beatriz do Céu Nunes. "Embolia pulmonar na sala de cirurgia: relato de caso." Revista Brasileira de Anestesiologia 52 (2002): 236-241.
Palavras Chave
Tromboembolismo Pulmonar;
Área
Cuidados Intensivos e Doenças Infecciosas
Fonte de financiamento
Público
Instituições
CET S.A.HOSP.MUN.MIGUEL COUTO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
LÍVIA BRITO GOMES, RAFAEL MERCANTE LINHARES, LUCAS TRINDADE SANTOS, VICTÓRIA ZANUTO BIANCHI MONTEIRO, YAN RODRIGO DE ALMEIDA MACHADO