Dados do Trabalho
Título
O uso de Dexmedetomidina e Escetamina no Manejo de PND em Paciente Jovem
Descrição
INTRODUÇÃOO transtorno neurocognitivo pós-operatório (PND) é uma condição debilitante que pode se manifestar após a cirurgia, caracterizada por um declínio gradual na função cognitiva que persiste por até 12 meses após a operação. Embora predominantemente observado em pacientes com 60 anos ou mais, sua ocorrência em indivíduos mais jovens representa desafios significativos. Pesquisas têm investigado os fatores de risco associados ao PND, bem como abordagens terapêuticas potenciais, como esketamina e dexmedetomidina, que prometem melhores resultados. RELATO DE CASOAqui, apresentamos o caso de uma mulher saudável de 42 anos (ASA I) que, aos 30 e 31 anos, passou por duas cirurgias de curetagem uterina. Após a exclusão de outras causas potenciais e a administração do MMSE, ela foi diagnosticada com PND severo. Esta condição debilitante se manifestou como comprometimentos persistentes de memória de curto prazo que duraram mais de um mês, prejudicando significativamente sua capacidade de ler e dirigir. A anestesia foi inicialmente administrada com propofol, fentanil e sevoflurano. No entanto, para sua tumorectomia atual na mama esquerda, optamos por uma abordagem diferente, incorporando a Infusão Controlada por Alvo (TCI) de Propofol juntamente com uma estratégia multimodal de Anestesia Livre de Opioides (OFA). A paciente recebeu 20 mcg de dexmedetomidina 15 minutos antes da operação. A dosagem de propofol, guiada pelo modelo Schnider, visou uma concentração no local do efeito para manter um valor de Índice Bispectral (BIS) entre 40 e 60%, começando com uma concentração de efeito de 5 ng/ml. Para abordar o estresse simpático, administramos na indução 7 mcg de dexmedetomidina, 70 mg de lidocaína, 500 mg de magnésio e 25 mg de esketamina. O monitoramento intraoperatório pelo Índice de Analgesia Nociceptiva (ANI) revelou atividade simpática aumentada, necessitando de doses repetidas de 5 mcg de dexmedetomidina para manter o ANI ligeiramente acima de 40, totalizando 50 mcg. Por outro lado, os níveis de BIS caíram acentuadamente, necessitando de uma concentração mínima de efeito de propofol (<2 ng/ml), enquanto todos os parâmetros hemodinâmicos permaneceram dentro dos intervalos normais. Os analgésicos pré-despertar incluíram paracetamol (1 g), cetorolaco (30 mg) e metamizol (1 g). Após a anestesia, a paciente acordou sem náuseas ou dores e exibiu orientação intacta, sem evidência imediata ou subsequente de PND nas semanas seguintes.DISCUSSÃOA falta de monitoramento de BIS e ANI pode causar hipnose profunda e insuficiente supressão do estresse cirúrgico, levando a reações inflamatórias. Estudos recentes sugerem que a neuroinflamação e o estresse simpático não controlados contribuem para o desenvolvimento do PND. Dexmedetomidina e esketamina têm mostrado reduzir a inflamação e os marcadores inflamatórios, diminuindo potencialmente o risco de PND em cerca de 65% como demonstrado no estudo de Cornelia Knaak na Acta Anaesthesiologica Scandinavica em 2019.
Referência 1
1.Hovaguimian, F., Tschopp, C., Beck-Schimmer, B., & Puhan, M. (2018). Intraoperative ketamine administration to prevent delirium or postoperative cognitive dysfunction: A systematic review and meta-analysis. Acta Anaesthesiologica Scandinavica, 62, 1182–1193. DOI: 10.1111/aas.13168.
Referência 2
2.Van Norden, J., Spies, C. D., Borchers, F., Mertens, M., Kurth, J., Heidgen, J., Pohrt, A., & Mueller, A. (2021). The effect of peri-operative dexmedetomidine on the incidence of postoperative delirium in cardiac and non-cardiac surgical patients: a randomised, double-blind placebo-controlled trial. Anaesthesia, 76(10), 1342–1351. DOI: 10.1111/anae.15469.
Palavras Chave
PND; OFA; ANI
Área
Tecnologia/Equipamento/Monitoramento
Fonte de financiamento
Instituição de Origem
Instituições
AZ SINT-JAN BRUGGE - - Belgium
Autores
IASMIN LOPES MORAIS , JAN PAUL MULIER, SARAH SAXENA, PAULO SERGIO MATEUS MARCELINO SERZEDO, GUILHERME COELHO MACHADO NUNES