Dados do Trabalho


Título

Concentração plasmática de ropivacaína após bloqueio do plano eretor da espinha e paravertebral torácico em cirurgias pulmonares

Descrição

Bloqueios anestésicos em quaisquer partes do corpo são úteis para analgesia
intraoperatória e pós-operatória. Nos bloqueios do plano eretor da espinha (BPES) e
paravertebral torácico (BPVT) é possível fazer uma injeção única, mas também é
possível administrar anestésico local (AL) continuamente no período pós-operatório,
por meio de um cateter deixado no local. Se a injeção única já é capaz de produzir
toxicidade pelo AL tanto no sistema nervoso central quanto no sistema cardiovascular,
a administração contínua suscita preocupação. Este trabalho teve o objetivo de
mensurar a concentração plasmática arterial de ropivacaína após bolus e infusão
contínua desse AL durante 24 horas. Este ensaio clínico foi prospectivo, randomizado,
duplo-cego, controlado e com dois braços paralelos: 18 pacientes que receberam o
BPES e 16 que receberam o BPVT. Todos os bloqueios foram realizados com o auxílio
da ultrassonografia e após a indução da anestesia geral. Amostras de sangue arterial
foram coletadas em tempos pré determinados (1; 2,5; 5; 7,5; 10; 12,5; 15; 17,5; 20;
25; 30 minutos) para quantificação da concentração plasmática de ropivacaína. Após
o término da cirurgia, iniciou-se infusão contínua de ropivacaína pelo cateter, pelo
período de 24 horas. Nova amostra de sangue para quantificação de ropivacaína foi
coletada no tempo 24 horas. Não houve diferença entre as concentrações plasmáticas
de ropivacaína após a injeção em bolus e em infusão contínua de ropivacaína nos
pacientes que receberam BPES ou BPVT. Infere-se, assim, que o BPES apresenta
segurança, em termos de toxicidade sistêmica ao anestésico local, muito semelhante
ao BPVT, após administração de bolus de 0,4 ml/kg de ropivacaína a 0,5% e infusão
contínua via cateter de 0,1 mL/kg/h de ropivacaína a 0,2%. Em ambos, as
concentrações plasmáticas arteriais de ropivacaína total e não ligada estiveram bem
abaixo dos limites de toxicidade. A administração em bolus e em infusão contínua de
ropivacaína nas doses assinaladas é segura.

Referência 1

TAKETA, Y.; IRISAWA, Y.; FUJITANI, T. Comparison of ultrasound-guided erector spinae plane block and thoracic paravertebral block for postoperative analgesia after video-assisted thoracic surgery: a randomized controlled non-inferiority clinical trial. Regional Anesthesia & Pain Medicine, v. 45, n. 1, p. 10-15, 2020.

Referência 2

KARMAKAR, M. K.; HO, A. M.; LAW, B. K.; WONG, A. S.; SHAFER, S. L.; GIN, T.
Arterial and venous pharmacokinetics of ropivacaine with and without epinephrine
after thoracic paravertebral block. Anesthesiology, v. 103, n. 4, p. 704-11, 2005.

Link para o registro de dados

CAAE: 02147818.9.2001.5440. Recebido pelo CEP em 03/06/2020. Número do Parecer: 4.657.695.

Palavras Chave

bloqueio do plano eretor da espinha; farmacocinética; toxicidade do anestésico local

Área

Anestesia Regional

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET CLÍNICA DE ANEST.RIBEIRÃO PRETO-CARP - São Paulo - Brasil

Autores

FERNANDA FABIOLA SANTOS DE LIMA, VICTOR EGYPTO PEREIRA, LUIZ SEVERO BEM JUNIOR, LUIS VICENTE GARCIA, WAYNICE NEIVA G GARCIA