Dados do Trabalho
Título
Comparação entre Remimazolam e Dexmedetomidina na Anestesia Geral e Sedação: Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise
Descrição
Justificativas e objetivos: A dexmedetomidina é um anestésico popular com muitas vantagens, mas algumas limitações. Recentemente, o remimazolam, um novo benzodiazepínico de ação ultracurta, surgiu como uma alternativa à dexmedetomidina na anestesia geral ou sedação. Portanto, nosso objetivo é comparar o remimazolam com a dexmedetomidina em termos de eficácia e segurança em pacientes adultos submetidos à anestesia.
Métodos: O estudo foi previamente registrado no PROSPERO CRD42024543687. Pesquisamos sistematicamente no MEDLINE, EMBASE e Cochrane Library por ensaios clínicos randomizados (ECR) envolvendo pacientes com mais de 18 anos que compararam remimazolam e dexmedetomidina na anestesia geral ou sedação. Os desfechos analisados incluíram: tempo para alcançar a anestesia alvo, tempo para recuperação da anestesia, taxa de uso de resgate sedativo e eventos adversos significativos (hipotensão, hipertensão, bradicardia, taquicardia, hipoxemia e náusea e vômito pós-operatório (NVPO)). Foi utilizado um modelo de efeitos aleatórios com razão de risco e diferença média calculadas para desfechos binários e contínuos, respectivamente. A análise sequencial de ensaios (TSA) e a análise de sensibilidade foram executadas para avaliar inconsistências.
Resultados: Foram incluídos 11 ECR, totalizando 1.032 pacientes adultos submetidos à anestesia geral ou sedação. O remimazolam foi associado a uma redução no tempo para alcançar a anestesia alvo (MD -4,59; IC 95% -6,58 a -2,60; p=0,000006; I² = 97%) e na incidência de bradicardia (RR 0,35; IC 95% 0,23 a 0,54; p = 0,000003; I² = 17%). Houve um aumento na incidência de taquicardia com o uso de remimazolam (RR 2,71; IC 95% 1,13 a 6,50; p = 0,0249; I² = 0%). Não foram encontradas diferenças no tempo de recuperação da anestesia (MD -7,04; IC 95% -14,71 a 0,63; p=0,072054; I² = 94%); taxa de uso de resgate sedativo (RR 0,96; IC 95% 0,65 a 1,43; p=0,84; I² = 59%); incidência de hipotensão (RR 0,89; IC 95% 0,55 a 1,43; p = 0,628856; I² = 56%); incidência de hipertensão (RR 0,93; IC 95% 0,40 a 2,16; p = 0,859885; I² = 38%); incidência de hipoxemia (RR 1,14; IC 95% 0,72 a 1,82; p = 0,572355; I² = 32%); incidência de NVPO (RR 1,02; IC 95% 0,51 a 2,05; p= 0,952997; I² = 0%). A TSA foi consistente e alcançou a informação necessária sobre a incidência de bradicardia, tempo para alcançar a sedação e tempo de recuperação.
Conclusão: Em comparação com a dexmedetomidina, o remimazolam reduziu o tempo para alcançar a anestesia alvo e os eventos de bradicardia. No entanto, o remimazolam aumentou os eventos de taquicardia. Portanto, o remimazolam surge como uma alternativa viável e segura.
Link para o registro de dados
https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?RecordID=543687
Palavras Chave
Anestesia; Remimazolam; dexmedetomidina
Área
Farmacologia
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
Hospital Federal Cardoso Fontes - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
TATIANA SOUZA NASCIMENTO, GUSTAVO ROBERTO MINETTO WEGNER, BRUNO FRANCISCO MINETTO WEGNER, HENRIQUE CUMMING, NAIELI ANDRADE, CARLOS FERREIRA