Dados do Trabalho
Título
Estratégias de Manejo da Cefaleia Pós-Punção Raquidiana: O Papel do Blood Patch em Abordagens Duplas - Relato de caso
Descrição
Introdução: A cefaleia pós-punção(CPP) da dura-máter é a complicação neurológica mais comum de procedimentos que abordam o neuroeixo. Como fatores predisponentes: utilização de agulhas de grosso calibre, múltiplas punções, pacientes jovens, sexo feminino e gestantes. O quadro clínico tende a ser autolimitado, com duração aproximada de até 7 dias. O “blood patch” (BP) é uma terapia padrão-ouro quando ocorre falha do tratamento conservador.
Relato de caso: Paciente feminino, 30 anos, 65kg, HAS (losartana 50mg/dia e HTZ 25mg/dia), histórico cirurgia de hemorroidectomia(HRR) em outra instituição, sob Sedação + raquianestesia, estando no 14 pós-operatório(PO). Refere no 2PO com queixa de cefaleia halocraniana, de forte intensidade, relacionada a ortostase e acompanhada de fotofobia e náuseas. Medicada com analgésicos não obteve melhora e quadro agravou. Em avaliação no PSA de nossa instituição, diagnosticado CPP e indicado BP no 14PO de (HRR). Após monitorização (ECG, PANI, SatO2) e venóclise 20G (MSD), realizado em ortostase, peridural com agulha(A) 18G L3-L4 + BP com 10mL sangue autólogo(SGA), teve alta no POI e ficou assintomática por 10 dias. No 16PO do BP retornou ao PSA com cefaléia de mesma característica, incapacitante e piora da dor. Novo exame descartou quadro neurológico e indicado novo BP, realizado em SO com monitorização padrão, em DLDir , PLPMEsq L4-L5, A18G com injeção Lidocaína 1% 60mg + fentanil 50mcg e após 13mL SGA. Após paciente sentada com ausência de dor ou desconforto à mobilidade craniana.
Discussão: A CPP tem manifestação craniana inicial, irradiando para cervical posterior e frontal quando em ortostase, podendo atingir níveis dorsais, e ainda associada à rigidez da musculatura exacerbada por tosse, e algum alívio por valsalva ou compressão das jugulares bilateral. Pode haver ainda agravamento com alteraçẽos visuais ou auditivas. O tratamento clínico na maioria das vezes é eficaz, entretanto outros formas de tratamento tem eficácia maior, como bloqueio esfenopalatino e BP. Neste caso, a provável realização inicial do BP em nível diferente da punção, teve benefício temporário, e o agravamento refratário pode ter ocorrido pela maior sensibilização dos fatos ocorridos.
Palavras-chave: (de acordo com o DecS) Anestesiologia, Cefaleia pós punção dural, Placa de sangue epidural, Raquianestesia.
Declaro que não há conflito de interesse
Referência 1
Cangiani LH, Cangiani LM, Bloqueios subaracnóideo e peridural. In: Bagatini A, Cangiani LM, Carneiro AF at al. Bases do Ensino da Anestesiologia, Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2016. P.397-400.
Referência 2
Hwa Yong Shin. Recent update on epidural blood patch. Rev. Anesth Pain Med 2022; 17:12-23.
Palavras Chave
Cefaleia pós punção dural; Placa de sangue epidural; raquianestesia
Área
Anestesia Regional
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA - São Paulo - Brasil
Autores
MARIANA CRICCO BEZERRA, PATRICIA MITSUE SARUHASHI SHIMABUKURO, EMILIO CARLOS DEL MASSA, DARIO YAMASHIRO, GEORGIA BARROSO MARQUES