Dados do Trabalho


Título

TAXA DE MORTALIDADE POR TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO E RAQUIMEDULAR DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRATAMENTO CONSERVADOR NA REGIÃO NORDESTE NOS ÚLTIMOS 6 ANOS

Descrição

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O trauma cranioencefálico (TCE) é uma das principais causas de hospitalizações e óbitos no Brasil e no Mundo. Ademais, o trauma raquimedular, frequentemente, está associado ao traumatismo cranioencefálico e é uma das principais causas de morbidade em adultos jovens. O objetivo desse estudo foi analisar a taxa de mortalidade por TCE e trauma raquimedular nos pacientes da região nordeste submetidos ao tratamento conservador nos últimos 6 anos.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional e descritivo, com abordagem quantitativa de dados secundários obtidos por meio do departamento de informática do sistema único de saúde (DATASUS), no campo Informações de Saúde (TABNET). A população do estudo foi composta por indivíduos com trauma cranioencefálico e raquimedular que evoluíram para óbito, notificados no sistema nos anos de 2018 a 2023. Para análise os dados foram agrupados de acordo com o procedimento: Tratamento conservador de traumatismo cranioencefálico grau leve; tratamento conservador de traumatismo cranioencefálico grau médio; tratamento conservador de traumatismo cranioencefálico grave e tratamento conservador de traumatismo raquimedular, conforme disponibilizado publicamente no SIH/SUS.
RESULTADOS: No período de 2018 a 2023, foram observados 13.843 óbitos na região nordeste por trauma cranioencefálico e raquimedular de pacientes submetidos ao tratamento conservador, representando uma taxa de mortalidade de 9,63%. Quanto à taxa de mortalidade segundo o ano de atendimento, os dados apresentaram uma estabilidade relativa ao longo dos anos, com a menor taxa registrada em 2017 (9,00%) e a maior taxa em 2020(10,59%). Dos pacientes submetidos ao tratamento conservador, os que apresentaram maior taxa de mortalidade foram os de traumatismo cranioencefálico grave com cerca de 37,12%, seguido de TCE grau médio (7,34%), traumatismo raquimedular (4,99%) e TCE grau leve (1,44%). O estado da região nordeste que apresentou maior taxa de mortalidade foi Sergipe (14,20%) e o Maranhão apresentou a menor taxa de mortalidade (6,95%).
CONCLUSÃO: O estudo demonstrou uma taxa de mortalidade significativamente mais alta entre os pacientes com traumatismo cranioencefálico grave submetidos ao tratamento conservador, o que indica necessidade de condutas mais resolutivas e políticas de prevenção. O aumento significativo da taxa de mortalidade em 2020 pode estar associado a vários fatores, incluindo a potencial sobrecarga dos sistemas de saúde devido à pandemia de COVID-19, que pode ter prejudicado o tratamento de emergências não relacionadas ao vírus. Houve uma variação notável nas taxas de mortalidade dentre os estados da região nordeste, com Sergipe apresentando a maior taxa de mortalidade (14,20%), enquanto o Maranhão registrou a menor taxa (6,95%). Essas variações regionais podem indicar múltiplos fatores, incluindo diferenças na qualidade e acesso aos cuidados de saúde, recursos disponíveis e eficácia das políticas públicas de saúde.

Referência 1

Amorim RLO, Paiva WS, Brock RS, Andrade AF. Traumatismo Cranioencefálico e Raquimedular. In: Favarato MHS, Saad R, Ivanovic LF et al. Manual do Residente de Clínica Médica. 3 ed. Vale do Parnaíba, Manole, 2023;410-414.

Palavras Chave

Trauma cranioencefálico; Trauma raquimedular; Indicadores de mortalidade

Área

Tratamento de Trauma/Queimaduras

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET MENINO JESUS DE PRAGA - Sergipe - Brasil

Autores

LUANDERSON ALMEIDA MENEZES, MARCOS FERNANDES DE ALBUQUERQUE FILHO, IGOR JOSÉ BALBINO SANTOS, ISABELA CORDEIRO VIEIRA, ELOYSE EMANUELLE NUNES SILVA, FABRICIO DIAS ANTUNES