Dados do Trabalho
Título
ANALGESIA EPIDURAL E INTRATECAL PARA TRATAMENTO DE DOR ONCOLÓGICA: relato de caso
Descrição
INTRODUÇÃO: a analgesia domiciliar para pacientes com dor oncológica permanece um desafio na atualidade. Técnicas intervencionistas, como a analgesia multimodal intratecal, são úteis para aliviar os efeitos debilitantes que a dor não tratada ou mal tratada tem nessa população.
OBJETIVO: relato de caso de paciente com dor oncológica refratária em que foi realizado uso transitório de cateter de peridural tunelizado até implantação de bomba intratecal.
METODOLOGIA: revisão de prontuário e revisão de literatura.
RELATO DE CASO: paciente de 37 anos, com osteossarcoma de quadril metastático, em última linha de tratamento oncológico paliativo. Analgesia via oral ambulatorial otimizada, sem resposta satisfatória e diversas internações por descontrole álgico. Implantado cateter de peridural em espaço L3/L4, com tunelização em tecido subcutâneo; nas primeiras 72 horas analgesia efetiva com administração de 4mg de morfina a cada 12 horas; após este período associado infusão contínua bupivacaína hiperbárica a 0,125%, com bom controle álgico e efeito colateral discreto e bem tolerado de fraqueza em membros inferiores. O cateter permaneceu sem sinais infecciosos e funcionante por 10 dias, até implantação de bomba intratecal para infusão contínua de opioide. A dose intratecal de morfina sofreu incremento gradual até 8000 mcg/dia, ponto em que foram associadas clonidina e bupivacaína isobárica. Com a obtenção de controle satisfatório da dor, a paciente recebeu alta hospitalar para cuidados de fim de vida em domicílio.
DISCUSSÃO: A dor oncológica afeta todos os aspectos do bem-estar dos pacientes com câncer, que requerem ampla modulação da dor, com incremento significativo na necessidade de terapias intervencionistas [2]. A analgesia intratecal multimodal; com doses e combinações de medicamentos tituladas individualmente para cada paciente; pode fornecer analgesia aditiva e redução de efeitos colaterais. [1]. Entre os fatores limitantes para ampliação desta abordagem terapêutica estão a incerteza sobre as dosagens intratecais, o tempo prolongado de internação até titulação adequada e os estudos disponíveis possuírem amostras heterogêneas e pequenas [2].
CONCLUSÃO: abordagem precoce e intervencionista se mostra como prática pertinente em cuidados paliativos, evita internações e permite controle eficaz de dor oncológica grave e refratária.
Referência 1
Kiehelä L, Hamunen K, Heiskanen T. Spinal analgesia for severe cancer pain: A retrospective analysis of 60 patients. Scand J Pain. 2017 Jul;16:140-145.
Referência 2
Mastenbroek TC, Kramp-Hendriks BJ, Kallewaard JW, et al. Multimodal intrathecal analgesia in refractory cancer pain. Scand J Pain. 2017 Jan;14:39-43.
Palavras Chave
Dor Oncológica
Área
Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CET DO HOSPITAL LUXEMBURGO - BH - Minas Gerais - Brasil
Autores
KATIA SANTOS OLIVEIRA, ANA FLAVIA LIMA RUAS, JOAQUIM BELCHIOR SILVA, TEREZA CRISTINA BANDEIRA SILVA MENDES