Dados do Trabalho


Título

Analgesia controlada pelo paciente (PCA) em paciente portador de Tumor de Wilms metastático e em cuidados paliativos: relato de caso.

Descrição

Introdução: A analgesia controlada pelo paciente (PCA) é uma opção terapêutica eficaz no tratamento da dor aguda e da dor crônica agudizada. A PCA geralmente envolve a utilização de uma bomba de infusão que libera doses pré-determinadas do medicamento analgésico quando o paciente aciona um dispositivo do equipamento, tornando-o protagonista do seu tratamento, escolhendo os momentos em que receberá doses de medicação extra para obtenção do controle da dor irruptiva, evitando assim a perpetuação da dor que não são cobertos pela dose de manutenção horária. A PCA também diminui os riscos de ocorrer toxicidade por sobredose da medicação, o que aumenta a segurança do método.

Relato de Caso: Paciente masculino, 14 anos, 45 kg, 1,83 metros, portador de tumor de Wilms metastático, sem outras comorbidades ou cirurgias prévias, refratário às terapias disponíveis como tentativas curativas. Internado devido ao quadro de piora da dispneia, com maior necessidade de oxigenioterapia domiciliar, associado à piora da dor em região hipogástrica e lombar. Equipe assistente solicita interconsulta para equipe de Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos para auxílio no quadro de dispneia refratária, necessitando de oxigenioterapia sob máscara não-reinalante (15 litros/minuto) e apresentando sinais de desconforto respiratório, como tiragem subcostal e batimento de asa nasal ao exame físico. Paciente também apresentava dor nas regiões previamente mencionadas, sendo solicitado que otimizássemos a analgesia. Discutido com equipe, pais e envolvendo o paciente nas opções terapêuticas disponíveis, foi optado por realizar tentativa de tratamento da dor e dispneia com auxílio da PCA, como uma alternativa à sedação paliativa que era vista com muita resistência pelos pais. Paciente encontrava-se nesse momento em uso de morfina IV 0,06 mg.kg a cada 4/4 horas, morfina de resgate de 1,5 mg até de h/h IV e gabapentina 400 mg 8/8 horas. PCA foi instalada com a seguinte programação: infusão contínua de morfina de 1 mg/hora, bolus de 1 mg com bloqueios de 10 minutos. Também se decidiu por utilizar escetamina em BIC de 0,01 a 0,1 mg/kg/hora. Paciente obteve melhora de 50% do quadro álgico usando como parâmetro a escala visual numérica, bem como melhora importante da dispneia, sendo avaliado diariamente. Evolui para óbito ao terceiro dia da introdução da PCA.

Discussão: A dor e a dispneia são sintomas frequentes em pacientes oncológicos e a PCA pode contribuir de forma significativa para o bem-estar e conforto desses pacientes, sendo uma estratégia personalizada e eficaz, mesmo na medicina paliativa.

Referência 1

Emily J Martin; Eric J Roeland; Madison B Sharp E et al. Patient-Controlled Analgesia for Cancer-Related Pain: Clinical Predictors of Patient Outcomes; Journal of the National Comprehensive Cancer Network JNCCN. 2017. 15(5):595-600

Palavras Chave

Dor do Câncer; Analgesia controlada pelo paciente; Manejo da Dor

Área

Medicina da Dor, Cuidados Paliativos e Cuidados em Fim de Vida

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CET DEP.ANEST.DA F.M.BOTUCATU - São Paulo - Brasil

Autores

BRUNO PONTES DE ARAUJO, GUILHERME ANTONIO MOREIRA DE BARROS , ALEX SANDER WATANABE PALÁCIO, MANUELLA PACÍFICO DE FREITAS, REBECA REYES GAGLIAZZI