Dados do Trabalho


Título

Remimazolam versus Propofol em histeroscopia sob anestesia geral: Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise de Ensaios Clínicos Randomizados

Descrição

Justificativa e Objetivos: Remimazolam, um benzodiazepínico de ação ultracurta, tem sido progressivamente utilizado em diversos procedimentos cirúrgicos devido à sua eficácia e menor incidência de eventos adversos.¹ No entanto, sua aplicabilidade específica em procedimentos ginecológicos, como a histeroscopia, ainda não foi completamente elucidada.² Esta revisão sistemática e meta-análise tem como objetivo comparar o uso de Remimazolam e Propofol em mulheres submetidas à histeroscopia sob anestesia geral, visando avaliar a eficácia, segurança e eventos adversos. Método: Em julho de 2024, foi realizada uma busca sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane para ensaios clínicos randomizados (RCTs), que comparassem Remimazolam e Propofol em histeroscopias sob anestesia geral. Esta meta-análise teve como desfecho principal a incidência de depressão respiratória. Análises secundárias incluíram incidência de hipotensão, bradicardia, consumo de fentanil intraoperatório, movimentação corporal, tempo para despertar, dor à injeção da medicação, tontura, soluços e náusea e vômitos. A análise estatística foi realizada utilizando o software R versão 4.4.0, analisando as medidas de risco relativo (RR) e diferença de médias (MD), em modelo de efeito randômico. Resultados: Quatro RCTs, incluindo 386 mulheres, foram elegíveis, sendo que destes, 193 pacientes utilizaram o Remimazolam. O uso do benzodiazepínico demonstrou uma redução estatisticamente significativa na incidência de depressão respiratória quando comparado ao Propofol (RR 0.18 [IC 95% 0.10; 0.33]; p< 0.01, I²= 0%, Figura 1A). Também foi observada uma redução significativa na dor à injeção da medicação (RR 0.06 [IC 95% 0.01; 0.33]; p< 0.01, I²= 64%, Figura 1B), na incidência de hipotensão (RR 0.22 [IC 95% 0.10; 0.47]; p< 0.01, I²= 0%, Figura 1C) e nos episódios de tontura (RR 0.07 [IC 95% 0.02; 0.23]; p< 0.01, I²= 0%, Figura 1D). Não foram encontradas diferenças estatísticas no consumo de opioide intraoperatório (MD −1.84 μg de fentanil [IC 95% −4.09; 0.40]; p=0.11, I²= 0%, Figura 2A), tempo para despertar (MD 47.79 segundos [IC 95% −81.96; 177.54]; p=0.47, I²= 97%, Figura 2B), incidência de movimentação corporal (RR 1.76 [IC 95% 0.47; 6.56]; p=0.40, I²= 85%, Figura 2C), incidência de bradicardia (RR 0.25 [IC 95% 0.03; 2.27]; p=0.22, I²= 0%, Figura 3A), incidência de soluços (RR 1.07 [IC 95% 0.02; 70.19]; p=0.97, I²= 82%, Figura 3B) ou mesmo náusea e vômito (RR 0.09 [IC 95% 0.01; 1.60]; p=0.10, Figura 3C). Conclusão: Nas pacientes submetidas à histeroscopia sob anestesia geral, o Remimazolam diminuiu significativamente a incidência de depressão respiratória, de hipotensão intraoperatórias, além da diminuição na dor à injeção do medicamento e tontura pós-operatória. Porém, não foram observadas diferenças significantes quanto ao consumo de fentanil intraoperatório, incidência de movimentação corporal, bradicardia, tempo para despertar, incidência de soluços ou náusea e vômitos.

Referência 1

Zhang F, Chang H, Qing W et al. Remimazolam Tosylate Combined with Low-Dose Propofol Improves Sedation and Safety in Hysteroscopy. Drug Design, Development and Therapy. 2022;16: 4101-8

Referência 2

Huang B, Li NP, Tan GK et al.. Effectiveness and safety of remimazolam combined with alfentanil in hysteroscopic examination: A prospective, randomized, single-blind trial. Medicine (Baltimore). 2024;103:e37627

Palavras Chave

Histeroscopia; Propofol; Anestesia geral

Área

Anestesia Ambulatorial

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Universidade Federal de São João del-Rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

TAUÃNA TERRA CORDEIRO DE OLIVEIRA, LUCAS REZENDE DE FREITAS, LAIZ GOMES CARNEIRO NOVAES, LUIZ FÁBIO SILVA RIBEIRO, MARIANA GAYA DA COSTA