Dados do Trabalho

Título

Anestesia Geral Balanceada para Osteossíntese de Tíbia Esquerda em Paciente Portador de Anemia Falciforme: Relato de Caso.

Descrição

Introdução
Pacientes com doença falciforme (DF) ao serem submetidos a procedimentos
anestésicos apresentam uma tendência ao aumento da eritro falciformação e
fenômenos vaso-oclusivos, uma vez que, nessas condições aumenta o risco de
hipóxia, hipotermia, infecção e hipovolemia. Sendo que cerca de 25% dos pacientes
com a DF apresentarão um complicação pós-operatória, como síndrome torácica
aguda, infecção de ferida operatória, episódio agudo álgico. Por isso, a importância
da anestesia em utilizar medidas para diminuir esses riscos ao paciente com DF. [2]
Relato do Caso
Paciente feminina, 48 anos, 59 kg, 1,69m, com anemia falciforme, submetida a
osteossíntese de fratura de planalto tibial esquerdo. Realizava transfusões
sanguíneas a cada 50 dias por anemia falciforme crônica e alergia à hidroxiureia.
Durante a internação, a hemoglobina caiu de 8 g/dL para 6,4 g/dL; foi feita
transfusão de 1 concentrado de hemácias, aumentando a Hb para 10,1 g/dL. Em
centro cirúrgico, monitorada com ECG, pressão arterial, oximetria e capnografia,
recebeu pré-oxigenação a 100%, 250 mcg de Fentanil, 150 mg de Propofol e 40 mg
de Rocurônio, seguida de intubação orotraqueal. Ventilação adequada confirmada;
parâmetros ventilatórios: VCV, PEEP 4, VT 400 ml, FiO2 60%, FR 12 irpm.
Procedimento sem intercorrências, extubação após 1 mg de Atropina e 2 mg de
Neostigmina. Paciente transferida para sala de recuperação, em uso de CNO2
2L/min, SatO2 98%, sem queixas álgicas ou náuseas, recebeu alta no dia seguinte.
Discussão
A anemia falciforme predispõe diversas complicações peri e pós-cirúrgicas que
podem ser evitadas através de medidas de suporte transfusional visando alvo de
hemoglobina maior ou igual a 10, como demonstrado no caso descrito. A transfusão
sanguínea com filtro de leucócitos pré-operatória visa diminuir a quantidade de HbS
circulantes com o objetivo de prevenir eventos vaso-oclusivos no período
perioperatório. [1]
Devido ao histórico de vários episódios prévios de síndrome torácica aguda, alguns
cuidados foram essenciais para prevenir novos episódios como o uso de FiO2 maior
que 50% que de acordo com alguns autores diminui o risco de complicações como
hipóxia e síndrome torácica aguda. [1]
Conclusão:
A avaliação pré-anestésica detalhada corrobora para um melhor manejo
anestésico relacionando comorbidades do paciente citado. Somado ao
conhecimento da fisiopatologia da doença falciforme, estratégias que visem a
prevenção de complicações agudas durante a cirurgia foram essenciais para o bom
resultado do procedimento.

Referência 1

FERNÁNDEZ-MERÉ, L. A.; SOPENA-ZUBIRÍA, L. A.; ÁLVAREZ-BLANCO, M.
Descripción de un caso de drepanocitosis y consideraciones anestésicas. Revista
Española de Anestesiología y Reanimación, v. 56, n. 6, p. 389-392, 2009.

Referência 2

SALIK, Irim; HERNANDEZ, Justin. Gadolinium induced anaphylaxis under
general anesthesia in a patient with sickle cell disease. Journal of Clinical
Anesthesia, v. 54, p. 47-47, 2018.

Palavras Chave

: “Anemia Falciforme”; Anestesia geral