Dados do Trabalho

Título

ELASTÂNCIA ARTERIAL DINÂMICA COMO PREDITOR PARA ADMINISTRAÇÃO DE VASOPRESSOR

Descrição

INTRODUÇÃO: A monitorização hemodinâmica é essencial em procedimentos cirúrgicos complexos, especialmente em pacientes críticos. A elastância arterial dinâmica (Eadyn) tem emergido como um parâmetro valioso para avaliar a resposta hemodinâmica e orientar a administração de fluidos e vasopressores. RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 59 anos, 65 kg, foi admitido no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) com diagnóstico de cirrose hepática e IR dialítica, sendo indicado transplante hepático (TH). Exames laboratoriais do pré-operatório: Hb 7,3, plaquetas 66000, INR 1,1, fibrinogênio 198, Cr 2,83, eTFG 29,76/24,59, com os demais exames normais. Técnica cirúrgica adotada foi a Piggyback, monitorizado com monitorização básica, pás adesivas de cardiodesfibrilador e monitorização de débito cardíaco minimamente invasiva (FloTrac®), visando monitorar a variação de volume sistólico (VVS) e a variação de pressão de pulso (VPP). Adicionalmente, foi utilizado o índice de elasticidade arterial dinâmica (Eadyn) para avaliar a responsividade volêmica e prever a sobrecarga volêmica. Na hepatectomia, o paciente recebeu 2 g de fibrinogênio, 4 g de ácido épsilon aminocapróico e 1 CH. Na avaliação hemodinâmica: Hb:7,4; SVO2: 92%; GAPCO2: Lactato: 1,5 mmol/L; PaO2: 204; IRVS: 1207; DC; 5,5; IC: 3,4; IVS: 68; PVC: 6,8: FC: 50; PA:96x47/58 mmHg; VVS: 6; VPP: 8; Eadyn: VVS/VPP: 1,3. Ao administrar noradrenalina 0,15 mcg/kg/min houve aumento da PA e outros parâmetros: IRVS: 1418; DC; 6,5; IC: 3,9; IVS: 80; PVC: 6,8: FC: 50; PA:123x54/77 mmHg; VVS: 2; VPP: 2; Eadyn: VVS/VPP: 1,0. O cirurgião referiu veia carva turgida. No total, paciente recebeu 1500ml de plasma lyte albuminado a 2% em 6 horas de TH, 360 ml cell saver, diurese de 40 ml, sendo não fluido-responsivo, mas necessitando de vasopressor para elevar a PAM. DISCUSSÃO: Elastância arterial dinâmica (Eadyn) é definida como a razão entre a variação de pressão de pulso (VPP) e a variação de volume sistólico (VVS). Reflete a elastância arterial, indicando a capacidade das artérias de se expandirem e contraírem a cada ciclo cardíaco. Estudos têm mostrado a Eadyn como um preditor confiável da resposta pressórica arterial à administração de fluidos, sendo útil na prevenção de sobrecarga volêmica. No caso, o monitoramento contínuo do Eadyn permitiu uma avaliação precisa da elasticidade arterial, auxiliando na tomada de decisões intraoperatórias para evitar sobrecarga volêmica e garantir uma gestão hemodinâmica eficaz. A utilização de parâmetros hemodinâmicos avançados, como a Eadyn, é essencial para otimizar o manejo intraoperatório e melhorar os desfechos clínicos em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte. Apenas pacientes fluido-responsivos e com indícios de oxigenação tecidual inadequada devem receber fluidos. Os sinais de oxigenação tecidual inadequada são hipotensão com sinais de má-perfusão, enchimento capilar lentificado, livedo reticular, redução do nível de consciência e aumento do lactato.

Referência 1

García MI, Romero MG, Cano AG et al. Dynamic arterial elastance as a predictor of arterial pressure response to fluid administration: a validation study. Crit Care. 2014;18:626

Referência 2

Zhou X, Pan W, Chen B et al. Predictive performance of dynamic arterial elastance for arterial pressure response to fluid expansion in mechanically ventilated hypotensive adults: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Ann Intensive Care. 2021;11:119

Palavras Chave

Elastância Arterial Dinâmica; Vasopressor; monitorização hemodinâmica