Dados do Trabalho


Título

Emprego do bloqueio do gânglio esfenopalatino para analgesia pós-operatória em acessos transesfenoidais: Estudo prospectivo, aleatório, duplamente encoberto

Descrição

Justificativa e objetivos: O uso do bloqueio do gânglio esfenopaltino (BGEP) demonstra redução da dor pós-operatória em cirurgias otorrinolaringológicas. A hipótese deste estudo é que o BGEP poderia levar à redução da intensidade da dor pós-operatória em cirurgias transesfenoidais endoscópicas. O objetivo primário foi verificar o efeito do BGEP na intensidade da dor pós-operatória, em neurocirurgias com abordagem transesfenoidal, no período de 24 h. Os objetivos secundários foram: o consumo total de remifentanil intraoperatório, a presença de cefaleia pós-operatória, a incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios e a utilização de antieméticos e analgésicos de resgate. Método: Ensaio clínico, prospectivo, aleatório, duplamente encoberto e unicêntrico. Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 22322919.1.0000.8110) e registrado na plataforma Clinical Trials Database (NCT 04339231 - https://clinicaltrials.gov/study/NCT04339231). Seguidas as recomendações do CONSORT. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado pelos participantes da pesquisa. Incluídos 50 pacientes, de ambos os gêneros, idade entre 18 e 65 anos, estado físico conforme a American Society of Anestesiologists (ASA) I, II e III, submetidos a hipofisectomias transesfenoidais. Os critérios de exclusão foram: indivíduos com história de dor crônica, pacientes submetidos a cirurgias prévias com abordagem transesfenoidal, hipersensibilidade aos fármacos utilizados, pacientes que estejam participando de outro estudo clínico e ainda aqueles que se recusaram a participar. Resultado: 50 pacientes foram recrutados e randomizados em 2 grupos: 26 para o grupo R (Ropivacaína 1%) e 24 para o grupo SF 0.9% (Soro Fisiológico 0.9%). Os grupos são homogêneos em relação ao gênero, idade e índice de massa corporal (IMC). Quanto a duração da cirurgia, o consumo de remifentanil, presença de cefaleia, frequência de NVPO e as medicações analgésica e antiemética de resgate nas 24 h de pós-operatório não houve diferença estatística significativa entre os grupos. A Tabela 1 demonstra a comparação da intensidade da dor entre os grupos nos diferentes tempos (T= 0, 2, 4, 6, 12 e 24 h). A avaliação da intensidade da dor mostrou maiores valores no grupo SF 0.9% nos tempos 4 h (R = 2.19 ± 2.15; SF 0.9% = 3.54 ± 1.87; p = 0.022) e 24 h (R = 0 (1); SF 0.9% = 1 (2.5); p = 0.040). A Figura 1 demonstra a mediana da escala de classificação numérica da intensidade da dor do grupo R e do grupo SF 0.9%.. Em 24 h, a intensidade da dor, nos pacientes do grupo R, apresentou uma diminuição numérica global de 40.2 %(- 40.2%; R = 37.58 土 6.00; SF 0.9% = 57.83 土 8.48). Conclusão: O BGEP causou uma diminuição global na intensidade da dor pós-operatória de 40.2% notadamente nos intervalos de 4 h e 24 h. Não houve diferença nos desfechos secundários avaliados.

Referência 1

Alexanian S, Lee SL, Peterfreund RA. Anesthesia for patients with endocrine disease. Anesthesiology, New York: McGraw Hill; 2017, p.1046-49

Referência 2

Rezaian A, Hashemi SM, Dokhanchi ZD et al. Effect of sphenopalatine block with bupivacaine on postoperative pain in ganglion and endoscopic sinus surgery. Allergy Rhinol (Providence) 2019; 10:1-5.

Link para o registro de dados

https://clinicaltrials.gov/study/NCT04339231 - NCT04339231

Palavras Chave

Dor; Adenoma hipofisário;

Área

Neurociência e Anestesia Neurocirúrgica

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

Instituto estadual do Cérebro Paulo Niemeyer - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

BRYNNER MOTA BUCARD, ISMAR LIMA CAVALCANTI, ALEXANDRA REZENDE ASSAD, NUBIA VERCOSA, CAROLINE BRITO NOVAES