Dados do Trabalho


Título

Neuroanestesia Pediátrica para Craniotomia Acordado – Técnica Asleep-awake-asleep (AAA)

Descrição

Introdução:
A Neuroanestesia pediátrica é um ato extremamente desafiador devido as particularidades fisiológicas específicas de cada faixa etária. A craniotomia acordada (CA) adiciona um grau de dificuldade a anestesia pediátrica, uma vez que exige um grau de cooperação e entendimento do paciente. A CA com mapeamento e estímulo direto cortical é o padrão ouro para ressecção de lesões próximos a áreas eloquentes, pois, maximiza a extensão da ressecção enquanto minimiza os riscos de danos neurológicos.

Relato de Caso:
Paciente e 14 anos, portador de tumor sólido intracraniano, localizado em área de fala, tem indicado como um dos pilares do tratamento a ressecção cirúrgica. Devido a área nobre de localização tumoral, somado a tentativa de menor dano neurológico possível, buscando o melhor prognóstico e qualidade de vida para o paciente, foi planejado uma abordagem multidisciplinar com CA e mapeamento cortical, envolvendo o trabalho conjunto da anestesiologia, neurocirurgia, neurologia, fonoaudiologia e psicologia infantil. A técnica escolhida foi a AAA. No primeiro momento, induzida a anestesia geral com Remifentanil, Propofol e Dexmedetomidina, ventilação controlada via máscara laríngea, seguida de acesso venoso central, pressão arterial invasiva, sondagem vesical de demora, scalp block e acesso cirúrgico.
No segundo momento, o paciente foi despertado, mantido sedação consciente com Dexmedetomidina e iniciado estímulo com mapeamento cortical, auxiliado pela neuromonitorização e testes fonoaudiológicos aplicados no intraoperatório,
No terceiro momento foi reinstalada a anestesia geral com ventilação controlada via máscara laríngea até o término do ato cirúrgico. O procedimento foi considerado satisfatório, com ressecção adequada do tumor e ausência de déficits neurológicos.

Discussão:
A CA é uma técnica que busca maximizar a área de ressecção do tumor, minimizando os possíveis danos neurológicos, por meio do mapeamento eletrocortical e monitoramento funcional durante a ressecção de lesões próximas a áreas cerebrais nobres.
Os tumores cerebrais são o segundo tipo mais comum de câncer em crianças. Há uma forte indicação de AC para essas crianças, uma vez que 40% dos tumores cerebrais pediátricos são supratentoriais e cerca de 20% estão em áreas eloquentes do córtex cerebral.
Existem duas modalidades anestésicas pelas quais a AC pode ser realizada: a sedação consciente durante todo o procedimento ou a técnica AAA, que consiste em anestesia geral no início e final do ato procedimento, intercalado com o paciente acordado no intraoperatório.
O protocolo escolhido foi a AAA utilizando Remifentanil, Dexmedetomidina e Propofol, associado com bloqueio do couro cabeludo com anestésico local (Scalp Block).

Referência 1

Debarati Bhanja BS, Bao Y. Sciscent BS, Lekhaj C. Daggubati MD, et al. Awake craniotomies in the pediatric population: a systematic review. The Journal of Neurosurgery. Publication Date: 30 Jun 2023 Page Range: 428–436. Volume/Issue: Volume 32: Issue 4. DOI link: https://doi.org/10.3171/2023.4.PEDS22296

Referência 2

Szántó, D., Gál, J., Tankó, B. et al. Pediatric Neuroanesthesia — a Review of the Recent Literature. Curr Anesthesiol Rep 12, 467–475 (2022). DOI link: https://doi.org/10.1007/s40140-022-00540-2

Palavras Chave

craniotomia; Pediatria;

Área

Anestesia Pediátrica

Fonte de financiamento

Instituição de Origem

Instituições

CET SANTA CASA DE JUIZ DE FORA - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARCOS TIAGO OLIVEIRA, RODRIGO MACHADO SALDANHA, LUCAS MORAES ANDRADE, ISIS COSTA ROCHA BILLE, VINICIUS TOSTES FRAZAO