Dados do Trabalho


Título

Análise da eficácia da anestesia epidural-geral combinada vs. geral em casos de feocromocitoma/paraganglioma

Descrição

Justificativa e objetivos: Feocromocitomas (PHEOs) e paragangliomas (PGLs) – coletivamente denominados PPGLs – são tumores neuroendócrinos muito raros (0,8 casos por 100.000 pessoas-ano) que causam instabilidade hemodinâmica significativa devido à secreção excessiva de catecolaminas, desafiando a anestesia durante a cirurgia. A anestesia geral (GA) é padrão, enquanto a anestesia geral-epidural combinada (GE) oferece potenciais benefícios como analgesia pós-operatória melhorada. No entanto, a eficácia e a segurança comparativas entre GE e GA permanecem debatidas. Assim, avaliamos esses parâmetros no comparativo GE versus GA no manejo cirúrgico de PPGL, focando na estabilidade hemodinâmica intraoperatória e pós-operatória, complicações pós-operatórias e estabilidade hormonal. Método: Revisão sistemática de estudos comparativos nos bancos de dados PubMed e BVS, abrangendo os últimos 20 anos. Utilizaram-se os descritores DeCS: "Pheochromocytoma," "Paraganglioma," "Anesthesia, Epidural". A busca inicial resultou em 53 artigos, 25 no PubMed e 28 na BVS. Após remover duplicatas, restaram 28 artigos únicos. Foram incluídos estudos comparando GE e GA em cirurgias de PPGL, excluindo relatos de casos, revisões narrativas e estudos em populações específicas. Após triagem, 23 artigos foram excluídos, resultando em 5 artigos analisados. Resultados: A análise dos estudos revelou que a anestesia geral-epidural combinada (GE) está associada a um risco significativamente maior de hipotensão intraoperatória (76,9% vs. 64,7%, P=0,008) e pós-operatória (58,8% vs. 25%, P=0,003)(1) em comparação com a anestesia geral (GA). No entanto, a GE demonstrou uma redução significativa nas complicações pós-operatórias (6% vs. 23,9%, P=0,006)(2). A estabilidade hemodinâmica e hormonal apresentou resultados mistos, com níveis mais altos de aldosterona observados em pacientes que receberam GE. Os dados indicam que a GE, embora eficaz na redução de complicações pós-operatórias, apresenta um aumento substancial na incidência de hipotensão. Isso sugere que, apesar dos benefícios pós-operatórios, o uso de GE pode exigir intervenções intraoperatórias mais frequentes para controlar a hipotensão. As discrepâncias entre os estudos podem ser atribuídas a variações nos desenhos dos estudos, características dos pacientes e protocolos anestésicos. Estudos retrospectivos são limitados por vieses de seleção e confusão, o que reforça a necessidade de ensaios clínicos randomizados prospectivos para obter evidências mais robustas. Conclusões: A GE reduz complicações pós-operatórias, mas aumenta o risco de hipotensão intraoperatória e pós-operatória. É essencial a seleção cuidadosa dos pacientes e o monitoramento hemodinâmico vigilante. Ensaios clínicos randomizados prospectivos são necessários para fornecer evidências mais robustas sobre a eficácia e segurança da GE em comparação com a GA.

Referência 1

Yang M, Kang C, Zhu S. Effects of epidural anesthesia in pheochromocytoma and paraganglioma surgeries: A protocol for systematic review and meta-analysis. Medicine. 2022; 101:e31768.

Referência 2

i N, Kong H, Li SL et al. Combined epidural-general anesthesia was associated with lower risk of postoperative complications in patients undergoing open abdominal surgery for pheochromocytoma: A retrospective cohort study. PLoS One. 2018; 13:e0192924.

Palavras Chave

Feocromocitoma; Anestesia geral; Anestesia Epidural

Área

Medicina Perioperatória

Fonte de financiamento

Recursos Próprios

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC - Alagoas - Brasil

Autores

LEVI DE MELO AMORIM, LÍVIA FRANÇA TENÓRIO PINHEIRO, YASMIN LYRIO SANTOS CORREIA , CATARINA RODRIGUEZ SILVA , HENRIQUE SANDER MARIANO BRAGA RODRIGUES , MIRELA MONTENEGRO CERQUEIRA