Dados do Trabalho
Título
O PROPOFOL COMO ANTIEMÉTICO NA INDUÇÃO ANESTÉSICA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TONSILECTOMIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS
Descrição
Justificativa e objetivos: A tonsilectomia é uma das cirurgias mais comuns realizadas em crianças e está associada a uma alta incidência de vômitos pós-operatórios. Muitos fatores contribuem para isso, incluindo o tipo de cirurgia, os agentes anestésicos utilizados, opioide, administração, a deambulação e a ingestão de fluidos no pós-operatório. O vômito pode estar associado a desidratação, sangramento pós-operatório, aspiração pulmonar e deiscência da ferida. Além disso, é uma das causas mais comuns de alta retardada ou internação noturna em tonsilectomia. Existem evidências de que o hipnótico propofol diminua a incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios quando usado para indução e manutenção da anestesia. O presente estudo visa sumarizar e evidenciar o conhecimento atual sobre o efeito antiemético do propofol durante cirurgias de tonsilectomia. Método: Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados nas bases de dados MedLine e Cochrane Library a partir dos descritores “Propofol”, “Antiemetics” e “Tonsillectomy” combinados através do operador booleano “AND”. Foi utilizado o Software Rayyan por dois revisores para a seleção dos artigos. Não foram aplicados filtros de idioma ou ano e foram excluídos os artigos duplicados e aqueles referentes a outros hipnóticos ou analgésicos. Resultados: Foram encontrados 44 artigos e 4 foram escolhidos para elaboração do resumo. Um dos mecanismos que explica o vômito pós operatório foi atribuído à presença de sangue deglutido que estimula o receptor de histamina 5-HT3 no estômago. No entanto, a ação do propofol é antagonizar o receptor de dopamina-2. Em um dos estudos, demonstrou-se uma redução de 70% nos vômitos pós-operatórios em pacientes que receberam propofol como anestésico primário em oposição aos pacientes de um grupo controle com halotano. No entanto, não foi encontrada diferença em taxas de vômitos entre o propofol e o halotano nos grupos além de seis horas. A incidência de vômitos pós tonsilectomia foi menor nos pacientes em que foi associado ondasentrona e propofol (6,7%), do que nos pacientes que receberam propofol e placebo (22,2%). Nas primeiras 24 horas de pós-operatório, apenas 37,5% dos pacientes em uso isolado de dexametasona não tiveram vômitos em comparação com 75% dos pacientes no grupo dexametasona mais propofol. Para crianças submetidas a tonsilectomia acrescentando-se um subhipnótico infusão de propofol na velocidade de 15 μg/kg/min no intraoperatório para 0,15 mg/kg de tropisetron foi mais eficaz do que tropisetron isolado na redução dos vômitos. Conclusão: Os estudos evidenciaram que a dose subhipnótica do propofol sozinha não traz efeito para diminuição de êmese pós-operatória nos pacientes submetidos a adenoidectomia. A ação do propofol em dose subhipnótica (0,02 mg/Kg a 0,15 mg/Kg) como antiemético só foi observada nas primeiras 4 horas pós cirurgia e se associado a outro antiemético, como ondasentrona, tropisetron ou dexametasona.
Referência 1
Zestos MM, Alison CS, McAuldiffe G et al. Subhypnotic propofol does not treat postoperative vomiting in children after adenotonsillectomy. Canadian Journal of Anaesthesia. 1997; 44: 401–404.
Referência 2
Erdem AF, Yoruk O, Alici HA et al. Subhypnotic propofol infusion plus dexamethasone is more effective than dexamethasone alone for the prevention of vomiting in children after tonsillectomy. Pediatric Anesthesia. 2008; 18: 878–883.
Palavras Chave
Propofol; Antieméticos; Tonsilectomia
Área
Anestesia de cabeça, pescoço, otorrinolaringológica e oftalmológica
Fonte de financiamento
Recursos Próprios
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC - Alagoas - Brasil
Autores
LÍVIA FRANÇA TENÓRIO PINHEIRO , HENRIQUE SANDER MARIANO BRAGA RODRIGUES , LEVI DE MELO AMORIM, NATHAN MARLON FERREIRA CARREIRO , CAROLINE SILVA LESSA SARMENTO , CATARINA RODRIGUEZ SILVA